Criatividade: tudo que você precisa saber sobre essa habilidade essencial

No dicionário a criatividade é definida por: qualidade ou característica de quem ou do que é criativo, inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar e é sobre essa capacidade que nós temos que nos fez evoluir tanto. Vem comigo saber mais sobre o que é criatividade e como ela pode ser um fator de diferenciação.

Todo mundo pode ser criativo?

A nossa conversa vai começar respondendo essa pergunta, e se você que está lendo esse texto agora e não se considera uma pessoa criativa, saiba que sim qualquer pessoa pode. A criatividade pode sim ser desenvolvida com estímulos certos.

E ao contrário do que muitas pessoas acham, ser criativo não é necessariamente um processo caótico, ele pode ser bastante racional. Para ser criativo você não pode ter medo de errar, e muito menos de colocar as suas ideias em pauta. Por isso, comumente associamos a criatividade como característica latente em crianças, pois elas não têm medo da crítica e não se importam com o fracasso.

Mas além de ter ideias inovadoras, novas formas de ver o mundo e a capacidade de enxergar novos padrões e soluções só vão valer como potencial agregador quando você consegue colocar tudo isso em prática. Se não, você só será uma pessoa com muita imaginação. Então para ser criativo, você precisa saber como desenvolver e como usar a criatividade ao seu favor. Tirar seus pensamentos do campo das ideias e colocá-los em prática.

Como desenvolver a criatividade?

Segundo os autores do livro O DNA do inovador: dominando as 5 habilidades dos inovadores de ruptura Jeff Dyer, Clayton M. Christense e Hai Gregersen, 25% a 40% da criatividade é relacionada a nossa genética, o restante vem do trabalho que fazemos ao desenvolver habilidades. Ainda de acordo com os autores, seriam 5 habilidades fundamentais que diferenciam os profissionais que são criativos, dos que não. Vamos a elas.

  1. Capacidade de associação – O momento que nosso cérebro processa informações, essas informações têm uma sequência lógica e de coerência. Ao relacionar e descobrir conexões entre coisas e fatos que parecem ser isolados você está exercendo sua criatividade. Essa é uma diferença entre uma pessoa criativa e outra não. Faça o exercício de conectar coisas que aparentemente pareçam desconexas para encontrar novas soluções.
  2. Questionamento – Sabe aquele momento que você se questiona e se eu fizesse tal coisa de maneira diferente? Ou você coloca para um grupo, poderíamos mudar determinado jeito de fazer? O criativo sempre se questiona sobre o que está sendo colocado. Busca elucidar todas as suas dúvidas e não simplesmente aceitar o que está sendo falado. Porque nem sempre a fórmula mais fácil é o melhor caminho. Ao ter essa atitude além de desenvolver a criatividade, você muitas vezes consegue colocar em prática as ideias inovadoras.
  3. Observação – A pessoa criativa é aquela que está atenta aos detalhes. Consegue ver no mesmo cenário algo diferente. Como se caminhasse todo dia no mesmo lugar, mas ao invés de só focar na caminhada, olha também ao redor. Esse olhar diferenciado, propicia ao criativo ter insights, que muitas vezes servem de estímulo para implementar novas ideias. Por isso uma ótima maneira de desenvolver sua criatividade é exercitar a observação sobre as coisas.
  4. Networking – Ao se relacionar com o outro você expande sua rede de ideias. Consegue por meio das relações agregar diferentes bagagens, perspectivas. Então se a capacidade de observar pode trazer este novo olhar, se relacionar com mentes diferentes também agrega a criatividade. Converse com pessoas que tenham pensamentos e ideias diferentes das suas. Saia do comodismo e veja que novas oportunidades se abrirão.
  5. Experimentação – Já foi falado acima que para ser criativo, não basta só ideias inovadoras, mas sim colocá-las em a prática. A experimentação consiste nisso também, testar ideias. Saia da sua zona de conforto, explore o mundo de diferentes formas. Esteja aberto, deixe suas convicções de lado. Vá a novos lugares, pesquise coisas novas, aprenda algo todo dia, isso irá exercitar e muito a sua criatividade.

Por que a criatividade é tão valorizada pelas empresas?

Ter uma pessoa criativa na equipe impacta positivamente qualquer empresa. Essa competência é bem-vista não só pelos gestores, mas também para os colaboradores que trabalham com você pois oferece muitos benefícios.

A criatividade permite que a pessoa tenha um novo olhar, uma solução para problemas rotineiros, em momentos de crise isso é essencial, por exemplo. O profissional criativo traz para o ambiente de trabalho a constante vontade de mudar, melhorar, consequentemente, ações com esse intuito impactam positivamente na produtividade.

Além disso, a criatividade faz com que o cenário seja de inovação latente, ter pessoas criativas no processo trazem novas ideias, olhares e soluções, tudo isso para os negócios é extremamente positivo.

Espero que você tenha entendido que a importância de desenvolver a criatividade, e como ela pode ser aliada em diferentes âmbitos da sua vida, ajudando-o a conquistar melhores resultados profissionais e pessoais.

Você se considera uma pessoa criativa? O que você faz para desenvolver essa habilidade? Aproveitando, como anda sua inteligência emocional?

Pensamento crítico: o que é, para que serve e como desenvolver

Você provavelmente já falou esta frase em algum momento da sua vida: “eu agi sem pensar”. Isto está muito ligado a falta de pensamento crítico diante de diversas situações. Conseguir desenvolver e aplicar esta habilidade no seu dia a dia pode garantir um importante diferencial na sua vida pessoal e profissional. Isso porque quem toma decisões baseadas em um pensamento crítico, minimiza erros e enxerga com mais facilidade possíveis soluções.

Em linhas gerais o pensamento crítico é a forma como você reage quando analisa a situações, diálogos, conteúdos em que é exposto. Observamos, depois fazemos uma avaliação diante do cenário, e segundo argumentos, referências anteriores e motivos, fazemos um julgamento.

São características do pensamento crítico questionar-se constantemente, agir de maneira racional, analítica e proativa, sem contar a capacidade de não se conformar com o que é já se sabe ou situações que se vive.

Todas essas características  faz com que consigamos formar novas conexões, uma habilidade cognitiva muito comum ao período da infância, que lá atrás nos permitiu aprender, pois ligamos constantemente conteúdos gravados a novas informações.

Pode-se dizer então que o pensamento crítico é justamente o contrário da reação que fazemos automaticamente, ou sem pensar, e é por isso que ela pode ser desenvolvida.

Por que desenvolver o pensamento crítico

Quando você reflete qual caminho tomar antes de agir, sai do estado automático e se torna consciente do que é possível fazer e mudar, tanto para si mesmo, quanto para o outro. Segundo o educador Paulo Freire, desenvolver um pensamento crítico reflexivo forma pessoas capazes de saírem do estado de alienação e impactam sua realidade.

Uma vez que você entende o impacto positivo que ter esse pensamento pode trazer, você deixa uma série de comodismos de lado e passa olhar as coisas de maneira única, entendendo que somos seres em constante mudança e de que nós somos aqueles que a promovem. 

Como desenvolver este tipo de pensamento?

Como quase todos os hábitos que podem ser desenvolvidos, o pensamento crítico também requer trabalho constante e contínuo. Algumas medidas simples que podem ser incorporadas em nossa rotina nos fazem desenvolver o pensamento crítico. Veja algumas delas:

1 -Faça questionamentos – É muito importante que você se questione constantemente. Questione situações que você vive, problemas que você passa, como solucioná-los. Reflita com esses questionamentos, veja quais ações tomar analisando o contexto.

2 – Crie repertório – Isto é, consiga reunir o máximo de informações possível sobre o que está sendo questionado. Leia livros, opiniões diversas, pesquise na internet sobre o assunto, consulte especialistas. Com tudo isso em mãos você terá embasamento para analisar, fazer o julgamento e tomar a decisão de maneira mais assertiva.

3 – Controle sua impulsividade – Desenvolver esta outra habilidade está diretamente ligado ao pensamento crítico. Quando você consegue se controlar antes de tomar uma atitude, levará aspectos acima em consideração, irá se questionar sobre determinada situação-problema, “consultar” seu repertório adquirido, para por fim ser mais assertivo no que for falar ou fazer.

4 – Foco na eficácia – Se questionar, criar repertório, pensar antes de agir, não significa perder horas a fio sem chegar a lugar algum. Faz parte também do pensamento crítico saber onde se quer chegar, e, portanto, determinar prazos, metas com que o que está avaliando ou procurando a solução.

5 – Invista na inteligência emocional – Quando você entende e consegue lidar com suas próprias emoções, aprimora seu pensamento crítico. Saber onde estão seus preconceitos, estar disposta a olhar e aceitar de maneira diferente pessoas e situações também ajudam a construção do pensamento crítico.

6 – Saiba se expressar em diferentes meios – Coloque seu pensamento e argumento em discussão em diferentes círculos de convivência. Isso trará diferentes percepções sobre temas falados e situações vividas. Ainda que oposto do seu, entenda como é processo de pensamento do outro e o porquê de ele pensar assim.

Pensamento crítico na educação

Por todos os motivos que já falamos anteriormente, é claro que o pensamento crítico também é essencial no processo de aprendizagem. O educador precisa constantemente promover aos alunos questionamentos pertinentes a determinados temas colocados em pauta.

Uma forma muito bacana de desenvolver o pensamento crítico no ambiente de sala de aula é promover debates que possibilitem opiniões opostas, para que seja possível por meio da argumentação, conhecer diferentes pontos de vista sobre um determinado assunto. Isso faz com que os alunos vejam que não há só uma maneira de pensar e olhar sobre algo, e que não necessariamente exista apenas uma correta.

Para que essa discussão seja uma experiência enriquecedora os temas propostos têm que ser de importância e realidade do aluno que está participando da atividade. Adequar temas pertinentes a faixas etárias e interesses.

Benefícios do pensamento crítico

Por tudo que já falamos, você mesmo já deve ter notado os benefícios que desenvolver e criar o hábito de ter o pensamento crítico traz, mas vamos reforçar alguns benefícios desta habilidade.

Quando você desenvolve o pensamento crítico, incentiva sua curiosidade e consequentemente te faz buscar coisas novas, aprender constantemente. Desenvolvê-lo faz com que você aprenda e ensine ao mesmo tempo.

A criatividade também é outro ponto desenvolvido com pensamentos desta natureza e assim os ambientes se tornam mais propícios a mudanças e inovações.

Quando você desenvolve este tipo de pensamento se torna uma pessoa mais flexível e empática, pois tende a se colocar no lugar do outro para entender as situações e o que levou ela a pensar ou agir de determinada maneira.

Falando no aspecto profissional, uma pessoa que se utiliza deste recurso tem mais autonomia em desenvolver suas atividades, já que busca informações e embasamento antes de tomar decisões. Quando você aumenta seu repertório fortalece também o seu senso de liderança, consegue auxiliar mediação de conflitos, busca novas soluções e revê crenças limitantes.

Por esses e tantos outros motivos desenvolver o pensamento crítico é tão importante para sua vida. Saiba que os resultados de suas ações após conseguir pensar criticamente diante das coisas fará com que você tenha mais sucesso e seja mais assertivo.

Você considera que tem um pensamento crítico? Faz alguma coisa para desenvolvê-lo constantemente? Compartilhe nos comentários.

FOCO Online 2020: criatividade e inovação

No dia 02/12 participei do FOCO Online 2020 – Fórum de Concessionárias Online, um evento organizando pela Universidade Fenabrave.

Tive a oportunidade de conversar sobre criatividade e inovação com Millena MachadoLigia Fascioni e Paulo Andre Domingos onde foi possível discutir como desenvolver a criatividade e a inovação nas mais diversas áreas de atuação profissional.

O evento contou com a organização incrível da equipe da Fenabrave: Amanda Sobral, Rosana Araújo e Antônio Macedo. Além de todos os incríveis profissionais da produtora Fabula Transmídia.

Você pode assistir a todas as palestras neste link. Só fazer o seu cadastro.

A importância da gambiarra (bem feita)

Gambiarra, todos aqui já devem ter ouvido falar nisso, não? Fazendo uma leitura rápida do termo, podemos dizer que gambiarra é algo precário, feio, tosco ou mal acabado. Certo? Visualize isso por um momento. Analisando a etimologia da palavra, sua origem está ligada a algo contrário ou duvidoso, como um ramificação de extensão de luz, o famoso “gato”. Só consultar os dicionários para ler mais sobre isso. E o “gato” é só um dos exemplos.

Contudo, não podemos apenas nos ater a estes termos. A palavra também tem um significado ligado ao improviso ou ao ato de construir e desenvolver uma solução improvisada. Se você, alguma vez já fez isso, ou seja, construiu uma solução improvisada, você pode ter feito uma “gambi”, como também é chamada. Mas veja bem, qual a ligação da improvisação com a criatividade?

A gambiarra não é uma exclusividade brasileira como muitos podem pensar. Na Índia, um sinônimo seria a palavra jugaad, que significa algo como um conserto inovador, uma solução improvisada com engenhosidade e inteligência. Os chineses tem uma expressão que tem o mesmo significado: zizhu chuangxin. Já os franceses, como não poderia deixar ser, contam com uma palavra chique para denominar a gambiarra brasileira: système D.

Podemos dizer que a gambiarra é universal. Só muda de nome por aí.

Se analisarmos sob o ponto de vista da solução inventiva e improvisada, ou solução alternativa a um problema, a gambiarra está ligada diretamente à criatividade. Se partimos do pressuposto que, uma das definições de criatividade é a capacidade individual ou coletiva de resolução de problemas, a gambiara, de uma forma ou de outra, estará presente.

Durante o processo criativo, de forma geral, o primeiro passo é se envolver, entender e sentir o problema a ser resolvido. E se a solução precisa ser rápida, acredite, a gambiarra estará presente.

E falando de processo criativo, o resultado final da resolução de um problema pode resultar em um produto, serviço ou uma nova solução, que pode ser útil e aceita por algum tempo. A solução pode até ser implementada no decorrer do seu desenvolvimento, mas enquanto estiver em fase de testes, com acertos e erros, a gambiarra está por lá.

Responda, e pode ser nos comentários aqui: quantas vezes vocês fez algo que tinha certeza ser uma gambiarra bem feita?

Em um mundo cada vez mais conectado e instantâneo, a resolução rápida e eficaz de problemas é uma disciplina cada vez mais explorada e necessária para a vida pessoal e corporativa. E se, muitas vezes a resolução tem que ser rápida, inventiva e certeira, a gambiarra poderá estar presente. E isso não é nenhum demérito e sim uma necessidade. 

Mas… a gambiarra tem que ser provisória e NUNCA a solução final. Boas gambiarras para você! 😉

Se você gostou de tema, não deixe de ler o livro “A Inovação do Improviso”.

David de Oliveira Lemes (@dolemes) é professor do Departamento de Computação da PUC-SP. Consultor na área de educação e tecnologia. Editor do GameReporter e também leciona na FIAP, FECAP e Faculdade Impacta. Precisa de uma palestra para sua empresa, evento ou instituição de ensino? Entre em contato.