Vivemos em um mundo diverso, olhar cada pessoa como única e traçar caminhos para respeitar suas individualidades e potencializar suas habilidades é uma realidade necessária. Ainda que por vezes seja esquecido, viver em comunidade é pensar que todos somos responsáveis uns pelos outros, e essa evolução acontece através da educação.
A neuroeducação apesar de parecer novidade, pois está sendo amplamente debatida agora, não é uma nova área do conhecimento. Na verdade, ela é a junção de conhecimentos da psicologia, que trabalha em pesquisas da área comportamental e cognitiva, a educação por meio da pedagogia que foca no processo de aprendizagem em si, e a neurociência que concentra seus estudos no funcionamento do sistema nervoso central.
Esse olhar único para o processo de aprendizagem tem trazido bons resultados, vamos bater um papo sobre essa área no texto de hoje.
Como já foi dito não se trata de uma área nova de conhecimento, mas sem dúvidas um jeito de olhar e abordar de forma diferenciada o processo de aprendizagem. Temos bastante enraizado que aprender é simplesmente adquirir novos conhecimentos, mas a neuroeducação vai além, aprender também significa mudar comportamentos.
Isso porque, a neuroeducação trabalha justamente a mudança na maneira de lidar com os estímulos externos. Cada indivíduo é único, logo, cada um terá um tempo, ritmo e se interessará de forma diversa por um determinado conteúdo.
Em vários outros textos que conversei por aqui, falamos de como a forma de educação que conhecemos está ultrapassada e necessita evoluir. A neuroeducação vai em direção esta linha. Ela estabelece que por meio de um método engessado é quase impossível alcançar bons resultados com uma sala de aula inteira.
Esses resultados não são alcançados simplesmente por alunos dispersos, por exemplo, nem porque um tem uma capacidade intelectual maior que o outro, ou até mesmo associar a falta de dedicação aos estudos, mas porque cada ser humano tem suas funções neurais trabalhando de forma diferente.
Aprender é algo inerente ao ser humano e, a ao longo da vida vamos desenvolvendo isso. Para aprender contamos com a soma desses três fatores: funções neurais, aptidões cognitivas e processos comportamentais.
A neuroeducação objetiva potencializar essas capacidades nos alunos observando suas particularidades em relação às influências do sistema neural.
Segundo entrevista dada ao portal Educação, a referência em desenvolvimento socioemocional e neuroeducação Adriana Fóz, entender o cérebro no concernente a aprendizagem é muito importante.
“Como eu vou usar um celular se eu não sei para que servem as teclas? Não preciso entender como é a fiação do celular, o processo digital. Mas precisamos saber como manusear, porque senão vou ficar com celular na mão e ele vai virar enfeite”.
Todas as descobertas da neuroeducação auxiliam e podem influenciar diretamente como as aulas são pensadas e o conhecimento será transmitido. É possível traçar os diferentes perfis e trabalhar dentro das potencialidades e limitações de cada aluno.
Benefícios da neuroeducação
- Identificar os diferentes perfis cognitivos dos alunos e poder trabalhar a estratégia educacional em cima desses pontos.
- Entender as individualidades de cada um e tornar o processo da educação mais humanizado.
- Auxiliar a identificar condições que podem afetar o processo de aprendizagem como transtorno de atenção com hiperatividade, ansiedade e outros e trabalhá-las na inclusão.
- Incentiva o desenvolvimento do aluno como figura central na educação.
Poder entender as conexões que nosso cérebro faz, esse órgão que está em constante mudança conforme adquire conhecimento, é um aliado importantíssimo para educação. Trabalhar em sala de aula entendendo as características de cada um, abre uma janela enorme de possibilidades e permite que assim, o aluno consiga cada dia mais ter autonomia, interesse em aprender. A neuroeducação é uma aliada valiosa para o sistema de ensino e não podemos deixar de dar luz a essa área do conhecimento!