Ouvimos falar muito sobre empreendedorismo. Essa palavra está presente em diferentes cenários e tem conquistado cada vez mais espaço. Cursos para aprender a empreender tem sido mais buscado pelas pessoas, na pandemia inclusive, bateu números recordes. Segundo o Sebrae o número de cursos a distância sobre o tema foi de 1,5 milhão de pessoas em 2020, cerca de 400 mil a mais que em 2019.
Além disso o empreendedorismo também é tema de programas de TV, podcastas, livros. Competências e habilidades de pessoas empreendedoras são estudadas, e empresas buscam esse perfil para preencher diferentes vagas.
Não diferentemente desses outros espaços o empreendedorismo chegou também na sala de aula para trabalhar o senso crítico, comportamento proativo, entre outros benefícios que este processo traz, esse será o nosso bate-papo de hoje.
Antes de falarmos mais sobre o empreendedorismo na sala de aula, acredito que seja importante definirmos e entendermos mais sobre o conceito de empreendedorismo em si. A palavra não existia nem mesmo no dicionário da língua portuguesa, isso mesmo, ainda que já muito difundido, o verbete só entrou para nossos dicionários por volta dos anos 2000.
Apesar de claro já existirem empreendedores e empreendedoras pelo Brasil, a forma que conhecemos este conceito se consolidou mais recentemente com um mundo de possibilidades.
De acordo com a Endeavor, rede de empreendedores e empreendedoras, empreendedorismo é: “A disposição para identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto, ou movimento que seja capaz e alavancar mudanças e gerar um impacto positivo”.
A mesma rede identificou alguns pontos que todos empreendedores de sucesso precisam ter, são eles: otimismo, autoconfiança, coragem para aceitar riscos, desejo de protagonismo, resiliência e perseverança. Mas afinal todas essas competências e habilidades não são essenciais estarem presentes no processo de aprendizagem? Por isso o empreendedorismo na escola é algo inovador e necessário.
Além desses pontos que falei acima, o empreendedorismo na sala de aula também trabalha a capacidade de planejamento e metas dos alunos, auxilia na tomada de decisões, e todos esses fatores preparam uma pessoa para a vida e para o mercado de trabalho.
Trabalhar o empreendedorismo em instituições de ensino ajuda a romper barreiras, e mostrar como o que é apresentado conceitualmente na sala de aula pode se tornar algo prático, esse pacote fortalece os jovens a terem mais autoconfiança para se desenvolverem.
Pode-se dizer que ao usar o empreendedorismo na sala de aula, o ensino está usando mais uma metodologia ativa, como tantas outras que já vimos por aqui, que colocam o aluno como centro do processo de aprendizagem e traz inúmeros benefícios.
Para colocar em prática o empreendedorismo atrelado ao ensino, o professor pode usar diversas ferramentas para resolução de problemas, como é o caso de design thinking, gamificação, PBL, e até mesmo a sala de aula invertida. Todos esses meios trabalham o empreendedorismo e ajudam a desenvolver as características necessárias a esse tipo de profissional que o mercado espera.
Benefícios do empreendedorismo na sala de aula
Como todas as formas de metodologias ativas, aliar o empreendedorismo ao ensino traz inúmeros benefícios, alguns já falados, mas vamos abordar mais alguns muito importantes para a educação.
Independência
O aluno consegue enxergar relação nas demandas e problemas com o seu dia a dia, e desta forma busca soluções, seja em grupo ou sozinho para alcançar os resultados. Conseguindo, ainda que com o auxílio do docente, caminhar sozinho para conquistar algo.
Conhecimento do seu potencial
Conforme ele desenvolve novas soluções, cria projetos, o aluno consegue enxergar quais são seus pontos fortes e quais ainda precisam ser trabalhados, aprender a lidar com isso é essencial para um futuro profissional, e sem dúvidas irá ajudar um bom desempenho na vida também.
Responsabilidade
Já foi falado que com implementação do empreendedorismo na sala de aula, é trabalhado a metodologia ativa, que coloca o aluno no centro de tudo, consequentemente ele será responsável por determinada tarefa até alcançar o objetivo do projeto proposto. Tudo isso faz com que, a responsabilidade seja desenvolvida e amadurecida, ele aprende que é preciso comprometimento para lidar com o que foi apresentado.
Comprometimento com a sociedade
Falando em comprometimento, ele também é desenvolvido pensando no aspecto social. Os alunos ajudam a pensar soluções para construção de um mundo melhor e isso não só é importante, como motiva o estudante a se engajar nos projetos.
Criatividade
Se ele precisa buscar novos caminhos para as respostas as questões propostas, criatividade é uma habilidade bastante desenvolvida. Pois os alunos precisam criar algo novo, pensar fora da caixa para uma solução efetiva.
Liderança
Muitas das atividades trabalhadas em metodologias ativas são em grupos, e isso ajuda a identificar os líderes, aqueles que conduzem a equipe a alcançar um resultado além do esperado. O trabalho em equipe força a articulação para reunir pessoas e organizar ideias, priorizar o que é importante, todas características essenciais a um líder.
Autoconfiança
Falamos lá em cima sobre ela, ser autoconfiante é crucial para o empreendedorismo, você precisa acreditar na sua ideia, projeto, e confiar antes que ninguém que ela dará certo. Na sala de aula a medida que os alunos vão trabalhando em seus projetos e enfrentando adversidades, desafios, eles começam a confiar mais em si e enxergam o que são capazes de fazer, reforçando a autoconfiança.
A forma com que cada instituição de ensino pode trabalhar o empreendedorismo na sala de aula varia, mas a verdade é que com pouco pode-se trabalhar esse conceito poderoso como aliado da educação.
Entender que as habilidades desenvolvidas com o empreendedorismo ajudam a formar um cidadão e um futuro profissional de sucesso. Compartilhe nos comentários sua opinião sobre o tema e os trabalhos já feitos com empreendedorismo na sua escola.