Seu smartphone irá morrer! E você irá agradecer por isso…

Smartphone, uma tecnologia morta? Se você um dia foi usuário do Windows Phone, sabe que ele já morreu há tempos, contudo, foi somente no mês passado (outubro de 2017) que executivos da Microsoft se manifestaram sobre o assunto. Mas calma, este texto não é sobre o Windows Phone e você pode continuar lendo… ; )

Alex Kipman, principal criador das tecnologias Kinect e Hololens da Microsoft, afirmou em uma entrevista à Bloomberg que “o smartphone já está morto. As pessoas só ainda não perceberam.”

Com base na afirmação de Kipman, vamos desenhar um cenário no futuro: o ano é 2030 e você acorda para trabalhar. Ao invés de procurar seu smartphone, você lavará o rosto e colocará uma lente de contato. Pronto, você acabou de acoplar o que hoje é o seu smartphone à sua retina. Você leu certo, retina!

Parece cena de ficção científica, não? Mas em breve não será… e já existe tecnologia para isso. Estou falando da VRD (Virtual Retina Display), uma tecnologia que poderá mudar a maneira como interagimos com conteúdos e informações no futuro. Esta tecnologia tem como objetivo exibir informações, como seu fosse um monitor translúcido, diretamente na retina do usuário.

A VRD foi inventada em 1986 por Kazuo Yoshinaka, contudo a Universidade de Washington por meio do The Human Interface Technology Lab, projetou um sistema similar em 1991. Veja que estamos falando de algo já faz parte da pesquisa científica há mais de 30 anos.

Fazendo um paralelo para fins didáticos, a tecnologia VRD funciona de maneira similar às tecnologias de Realidade Virtual (RV). Contudo, a RV usa a projeção em um pequeno monitor (presentes em óculos específicos e ou em smarthphones) diferentemente da tecnologia VRD.

Neste comparativo a tecnologia VRD possui vantagem por ser menor e acoplado diretamente na retina do usuário. Para deixar ainda mais didático, seria a evolução do finado Google Glass (que por sinal voltará com nova roupagem).

“O smartphone já está morto. As pessoas só ainda não perceberam.”

A interação com o VRD se dará por dispositivos externos acoplados em relógios inteligentes ou anéis com sensores que se conectarão diretamente ao display acoplado à retina. Seria algo como o visor do O Exterminador do Futuro, mas com as características atuais.


Agora, imagine as potencialidades desta tecnologia:
 reconhecimento de objetos e trajetos diversos, reconhecimento facial do seu interlocutor e acesso a dados públicos da pessoa, controle dos níveis de açúcar e colesterol e informações em tempo real para o usuário, acesso a todos os aplicativos disponíveis para a tecnologia, acesso à mensagens instantâneas, e-mails, perfis em redes sociais, geolocalização e muito mais.

Mas isso será apenas o começo: como a córnea está ligada diretamente ao cérebro pelo nervo óptico, imagine o que esta tecnologia poderá fazer acessando informações diretamente do nosso cérebro?

Agora pense e comente se quiser: em 2030, onde estaremos?

David de Oliveira Lemes (@dolemes) é professor do Departamento de Computação da PUC-SP. Consultor na área de educação e tecnologia. Editor do GameReporter.  Também leciona na FIAP, FECAP e Faculdade Impacta. Gostaria de consultoria, palestra para sua empresa, evento ou instituição de ensino? Entre em contato.