Já ouvi falar em Internet dos Sentidos?

O ano é 2030 e a Inteligência Artificial (IA), Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR), 5G e todos os processos de automação já fazem parte do cotidiano da população mundial. E o que acontece se juntarmos todas estas tecnologias em uma experiência única?

O ano é 2030 e a Inteligência Artificial (IA), Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR), 5G e todos os processos de automação já fazem parte do cotidiano da população mundial. E o que acontece se juntarmos todas estas tecnologias em uma experiência única? Basta ler o título deste texto e saberá responder a esta pergunta: a Internet dos Sentidos. Uma pesquisa do ConsumerLab Hot Consumer Trends da Ericsson aponta que nos próximos 10 anos as experiências baseadas em telas competirão cada vez mais com as experiências multissensoriais que serão quase inseparáveis da realidade. Sentiremos a Internet na “pele”.

E não só isso, segundo a pesquisa, consumidores esperam que uma variedade de serviços benéficos da tecnologia conectada, interagindo com nossos sentidos de visão, audição, paladar, olfato e tato. Ou seja, vamos também sentir o gosto da Internet?

Os principais fatores para a Internet dos Sentidos incluem entretenimento imersivo em todos os níveis, compras online nos mais diversos dispositivos e situações, crise climática e a correspondente necessidade de minimizar o impacto no clima mundial. Se isso de fato acontecer, estamos falando de uma mudança que define a era da atual conectividade à Internet baseada em smartphones, computadores e telas para experiências imersivas resultantes da conexão de nossos sentidos.

Contudo, não podemos esquecer de nossa privacidade individual. Dentro desta realidade, será que nossos sentidos podem ser manipulados para compra de itens diversos ou serviços? Esperamos que as proteções e garantias necessárias sejam implementadas em todos os níveis.

Veja as 10 principais tendências de consumo (segundo os consumidores, ok?) para 2030 de acordo com a pesquisa ConsumerLab Hot Consumer Trends

01. Seu cérebro é a interface do usuário: cinquenta e nove por cento dos consumidores acreditam que poderemos ver as rotas dos mapas nos óculos de realidade virtual simplesmente pensando em um destino.

02. Parece comigo: usando um microfone, 67% acreditam que serão capazes de captar a voz de alguém de forma realista para enganar até os membros da família.

03. Qualquer sabor que você quiser: quarenta e cinco por cento preveem um dispositivo para a boca que aprimora digitalmente tudo o que você come, para que qualquer alimento possa ter o sabor do seu petisco favorito.

04. Aroma digital: cerca de 6 em cada 10 esperam poder visitar florestas ou campos digitalmente, inclusive experimentando todos os cheiros originais desses lugares.

05. Toque total: mais de 6 em 10 esperam smartphones com telas que transmitem a forma e a textura dos ícones e botões digitais que estão pressionando.

06. Realidade mesclada: os mundos dos jogos de realidade virtual são previstos por 7 em 10 como indistinguíveis da realidade física até 2030.

07. Verificado como real: as “Fake News” podem ser finalizadas: metade dos entrevistados afirma que os serviços de notícias que apresentam extensas verificações de fatos serão populares até 2030.

08. Consumidores pós-privacidade: metade dos entrevistados são “consumidores pós-privacidade”: eles esperam que os problemas de privacidade sejam totalmente resolvidos para que possam obter com segurança os benefícios de um mundo orientado por dados.

09. Sustentabilidade conectada: serviços baseados na Internet dos Sentidos tornarão a sociedade mais ambientalmente sustentável, de acordo com 6 em 10 entrevistados.

10. Serviços sensoriais: quarenta e cinco por cento dos consumidores antecipam shoppings digitais, permitindo que eles usem todos os cinco sentidos ao fazer compras.

Todas estas informações são baseadas nas atividades globais de pesquisa do Ericsson ConsumerLab, que conta com mais 24 anos de experiência. Ele se baseia principalmente em dados de uma pesquisa online realizada em outubro de 2019 com usuários avançados da Internet em 15 cidades do mundo: Bangcoc, Deli, Jacarta, Joanesburgo, Londres, Cidade do México, Moscou, Nova York, São Francisco, São Paulo, Xangai, Cingapura, Estocolmo, Sydney e Tóquio.

E se você quer aprender como isso se aplica ao ambiente empresarial, não deixe de conhecer o curso de pós-graduação em Negócios Digitais. O curso tem como objetivo apresentar as tecnologias que estão alterando o ambiente empresarial além de desenvolver estratégias para transformar modelos de negócios existentes. Junta-se a isso a capacidade de executar um processo de implementação de transformação digital nos mais diversos níveis de qualquer empreendimento.

E a pergunta final: como será o nosso futuro dentro deste contexto tecnológico?

Seu smartphone irá morrer! E você irá agradecer por isso…

Smartphone, uma tecnologia morta? Se você um dia foi usuário do Windows Phone, sabe que ele já morreu há tempos, contudo, foi somente no mês passado (outubro de 2017) que executivos da Microsoft se manifestaram sobre o assunto. Mas calma, este texto não é sobre o Windows Phone e você pode continuar lendo… ; )

Alex Kipman, principal criador das tecnologias Kinect e Hololens da Microsoft, afirmou em uma entrevista à Bloomberg que “o smartphone já está morto. As pessoas só ainda não perceberam.”

Com base na afirmação de Kipman, vamos desenhar um cenário no futuro: o ano é 2030 e você acorda para trabalhar. Ao invés de procurar seu smartphone, você lavará o rosto e colocará uma lente de contato. Pronto, você acabou de acoplar o que hoje é o seu smartphone à sua retina. Você leu certo, retina!

Parece cena de ficção científica, não? Mas em breve não será… e já existe tecnologia para isso. Estou falando da VRD (Virtual Retina Display), uma tecnologia que poderá mudar a maneira como interagimos com conteúdos e informações no futuro. Esta tecnologia tem como objetivo exibir informações, como seu fosse um monitor translúcido, diretamente na retina do usuário.

A VRD foi inventada em 1986 por Kazuo Yoshinaka, contudo a Universidade de Washington por meio do The Human Interface Technology Lab, projetou um sistema similar em 1991. Veja que estamos falando de algo já faz parte da pesquisa científica há mais de 30 anos.

Fazendo um paralelo para fins didáticos, a tecnologia VRD funciona de maneira similar às tecnologias de Realidade Virtual (RV). Contudo, a RV usa a projeção em um pequeno monitor (presentes em óculos específicos e ou em smarthphones) diferentemente da tecnologia VRD.

Neste comparativo a tecnologia VRD possui vantagem por ser menor e acoplado diretamente na retina do usuário. Para deixar ainda mais didático, seria a evolução do finado Google Glass (que por sinal voltará com nova roupagem).

“O smartphone já está morto. As pessoas só ainda não perceberam.”

A interação com o VRD se dará por dispositivos externos acoplados em relógios inteligentes ou anéis com sensores que se conectarão diretamente ao display acoplado à retina. Seria algo como o visor do O Exterminador do Futuro, mas com as características atuais.


Agora, imagine as potencialidades desta tecnologia:
 reconhecimento de objetos e trajetos diversos, reconhecimento facial do seu interlocutor e acesso a dados públicos da pessoa, controle dos níveis de açúcar e colesterol e informações em tempo real para o usuário, acesso a todos os aplicativos disponíveis para a tecnologia, acesso à mensagens instantâneas, e-mails, perfis em redes sociais, geolocalização e muito mais.

Mas isso será apenas o começo: como a córnea está ligada diretamente ao cérebro pelo nervo óptico, imagine o que esta tecnologia poderá fazer acessando informações diretamente do nosso cérebro?

Agora pense e comente se quiser: em 2030, onde estaremos?

David de Oliveira Lemes (@dolemes) é professor do Departamento de Computação da PUC-SP. Consultor na área de educação e tecnologia. Editor do GameReporter.  Também leciona na FIAP, FECAP e Faculdade Impacta. Gostaria de consultoria, palestra para sua empresa, evento ou instituição de ensino? Entre em contato.