Conheça as tendências para tecnologia na educação em 2022

A constante transformação é algo inerente ao mundo que vivemos hoje. Algumas delas foram aceleradas devido ao cenário de pandemia, e sem dúvidas a área da educação foi muito impactada neste sentido. Tecnologias e realidades projetadas para o futuro tiveram que sair do plano das ideias para a prática, e a tendência é que esse aceleramento e mudanças ganhem cada vez mais espaço também na educação.

O importante para adaptar-se a esta realidade é sempre estar de olho no que o mercado vem buscando e trabalhar essas novas frentes de tecnologia na educação como novas oportunidades, que poderão abrir portas para diferentes formas do processo de ensino. Separei algumas tendências que prometem ganhar espaço no setor para você se manter atualizado.

Metaverso

Já falamos dele por aqui, este novo universo virtual onde é possível realizar atividades que fazemos no mundo real deve ganhar seu espaço na educação. Como ele permite a integração do online com off-line, diversas possibilidades para o processo de aprendizagem irão surgir. O metaverso tornará tudo mais dinâmico, e aos alunos pode aumentar o interesse na participação das aulas inclusive.

Crypto art

O nome pode parecer bem diferente, mas se assemelha a algo que já conhecemos, é uma espécie de selo, que não permite que um trabalho seja reproduzido. A crypto art é uma arte digital colecionável, com edição limitada e registrada criptograficamente com com um token NFT. Esta nova ferramenta possibilita que a arte digital tenha sua autenticidade comprovada, como já ocorre com obras de museus, por exemplo.

Realidade aumentada

Você pode não conhecer pelo nome, mas se já usou algum filtro do Instagram, por exemplo, saiba que conheceu a realidade aumentada. Na educação ela vem sendo usada para melhorar os processos de aprendizagem, possibilitando mais interatividade. Quando professor recorre por meio de imagens e vídeos para apresentar aos alunos determinado tema, o caso de uma aula de história, conectá-los com a realidade do que era Roma é uma possibilidade que a RA permite. Aulas que utilizam a realidade aumentada tem muito a acrescentar e para dinamizar o ensino.

Chatbot

O nome que vem do inglês nada mais é que conversar com robô. A tecnologia é um software onde é possível a interação digital, seja por texto ou voz. Em tempos que existe uma crescente no ensino a distância e do sistema híbrido, esta tecnologia na educação é um importante aliada.

O chatbot ajuda professores e alunos no ensino e também serve de apoio para secretaria e gestores. Na modalidade a distância chatbot ajuda a esclarecer dúvidas dos alunos sobre o conteúdo e interação para atividades. É possível encontrar plataformas na internet que oferecem a criação dos “robôs”gratuitamente.

Redes Sociais

Ainda falando sobre comunicação entre alunos, professores e instituição de ensino, uma tendência, apesar da ferramenta não ser tão nova é o uso das redes sociais. Agora elas ajudam não só a divulgação da instituição em si, mas é possível acessar conteúdos indicado pelos professores, interação entre os alunos, e o trabalho de temas específicos. Um jeito diferente e próximo a realidade dos alunos para ensinar.

Programação e Robótica

Essas duas áreas são recorrentes quando o assunto é tecnologia na educação, e para 2022 serão tendência novamente, pois seu espaço está cada vez mais fortalecido. A programação auxilia no raciocínio lógico e amplia o olhar do aluno na busca por soluções.

Já a robótica conecta dois mundos e faz tudo se tornar mais real e próximo do aluno. Ambas despertam interesse nos alunos em disciplinas que envolvem áreas de exatas, fugindo do modelo tradicional de ensino. Podemos comparar a linguagem de programação como outra qualquer, assim como inglês, espanhol, ela é igualmente importante, afinal é através dela que o mundo está direcionado. Desenvolver esta habilidade torna os alunos de hoje profissionais competitivos no futuro. 

Além dessas tendências para tecnologia na educação, algumas outras tendências para o ensino este ano são: microcertificações, personalização do ensino, novas abordagens híbridas.

As microcertificações reforçam a necessidade e uma demanda do cenário que estamos de constante mudanças. Com elas é possível trabalhar várias competências e ajudam a destacar no mercado de trabalho e garantir a empregabilidade.

Já a personalização do ensino vem se consolidando como algo essencial e deve ganhar ainda mais fôlego neste ano. Com as aulas a distância do auge da pandemia, e a rotina totalmente diferente adotada de forma abrupta, agora na retomada do modelo presencial sentiremos o impacto disso no ensino, onde muitos alunos se adaptaram e outros nem tanto, reforçando ainda mais que o processo de aprendizagem precisa ser algo personalizado e que soluções generalistas tendem a não se encaixar mais. Valorizar a jornada individual do estudante é algo que deve ser olhado com mais zelo em 2022.

E claro não podia deixar de fora para completar essa lista, novos modelos e formas de pensar no ensino híbrido, que se consolidou na pandemia e tende a ganhar cada vez mais espaço. A tendência desta vez, porém, não é o modelo em si, mas a organização dele, a estruturação de acordo com as necessidades dessa abordagem. Além dessas tendências que abordamos na conversa de hoje, quais outras você considera que ganharão espaço na área da tecnologia na educação?

Como aumentar a segurança das crianças nas internet?

O uso da tecnologia em praticamente tudo em nossas vidas é algo inegável, ela veio para ficar e dificilmente viveremos em um mundo sem ela. Acontece que o que para nós, um pouco mais velhos, que nascemos antes mesmo do surgimento deste universo online, causa ar de novidade, é algo comum aos olhos dos pequenos. Eles nasceram no mundo online e suas interações e relações se dão por meio da internet, e consequentemente, a noção do perigo algumas vezes passa desapercebida.

Dados da empresa AVG Technologies apontam que 97% das crianças entre 6 e 9 anos usam a internet no mundo. Já no Brasil de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, temos 24,3 milhões de crianças e adolescentes usando internet, o equivalente a 86% das pessoas entre 9 e 17 anos.

Este número expressivo traz inúmeros efeitos positivos em relação ao uso de tecnologia, como inclusão, uso na educação como já debatemos muito por aqui, embora acenda uma luz de cautela quanto aos cuidados dessa exposição e a busca em como aumentar a segurança das crianças na internet, e esse será o nosso bate-papo de hoje.

Como foi falado anteriormente é preciso entender que a realidade da relação de uma criança com a internet é muito diferente da de um adulto que não nasceu com ela, mas precisou se adaptar. As crianças e adolescentes precisam ser conscientizados de que este é sim um ambiente super bacana, mas que necessita de cuidados.

Muito provavelmente você já ouviu de algum adulto quando você era criança sobre o cuidado de falar com estranhos na rua, na pracinha, o mesmo acontece com as crianças de hoje, é preciso falar deste perigo, mas o cenário mudou e muito desses cuidados acontecem no universo online.

O diálogo precisa existir para que seja possível dar a devida orientação que permita garantir a segurança das crianças na internet. É importante salientar a necessidade de um acompanhamento de um adulto nesta vida digital, da mesma forma que nos preocupamos com sua alimentação, saúde, vida escolar esta é uma área que precisa e muito de atenção.

Existem muitos filtros e softwares que você encontra para garantir ou pelo menos ajudar nesta segurança, mas sem dúvidas o contato e a conversa continuam sendo a maneira mais eficaz de garantir um ambiente seguro digital. Vamos a algumas dicas importantes tanto para as crianças, quanto para você adulto que também faz uso da internet, e por vezes acaba expondo a criança e criando riscos desnecessários.

1.    Evite publicar informações pessoais e detalhes da rotina. Parece óbvio, mas é muito importante nos atentar a isso, não passe nome completo, endereço, número de telefone. E apesar de parecer que não fazemos isso, infelizmente é mais comum do que se pode imaginar. Com uma simples foto em uma rede social, colocando “meu lar” e ligando a localização, por exemplo, já deixamos pública uma informação tão valiosa que pode ser usada contra você. Tome este cuidado e oriente as crianças e adolescentes a fazerem o mesmo.

2.    A internet guarda tudo para sempre. Quando publicamos qualquer informação, vídeos e fotos de famílias e amigos, por exemplo, todo este conteúdo ficará para sempre ali. Cuidado ao compartilhar e com quem e como você faz isso. É normal querermos dividir momentos importantes com parentes e amigos, mas com crianças principalmente, crie grupos restritos, configure o modo de segurança das redes sociais no privado. O mesmo vale para configurações de privacidade de cada site que você visita, opte sempre por opções mais restritivas.

3.    Senhas em segredo. Todas as senhas criadas para os adultos e crianças acessarem os aplicativos, dispositivos e sites devem ser mantidas em sigilo, nunca forneça senhas. No caso dos pequenos, somente os pais ou responsáveis devem sabe-las.

4.    Nem todo mundo é quem diz ser. Essa é uma dica muito valiosa a ser passado para as crianças e adolescentes na conscientização dos cuidados com a segurança na internet, eles precisam entender que neste ambiente muitos podem se passar por outra pessoa, que é preciso cuidado ao fazer amizades online, e que nunca poderão combinar de encontrar alguém que não conheça, e caso o faça com a supervisão de um adulto, este encontro precisa acontecer em lugar público e acompanhado de um responsável.

5.    Opte pela versão infantil das plataformas. As gigantes da internet oferecem essa opção, é o caso da YouTube Kids, o Google também tem esta opção, e ainda é possível usar o filtro de pesquisa SafeSearch, que minimizam as chances de os pequenos entrarem em contato com conteúdo adulto, mas elas são passíveis de falha, portanto, vale a dica anterior de sempre dialogar com as crianças e adolescentes.

Falando em gigantes da internet, a empresa Google, preocupada com a segurança das crianças na internet, criou uma plataforma chamada Seja Incrível na Internet para pais, responsáveis e educadores, com objetivo de contribuir em uma experiência mais segura e confiante e segura no universo online.

No site você pode encontrar uma série de materiais e ferramentas desenvolvidas em parceria com especialistas globais no assunto de segurança digital, Safernet, ConnectSafely e Family Online Safine Safety Institute.

Este programa educativo foi dividido em cinco trilhas: Não caia em armadilhas, proteja seus segredos, é legal ser gentil, na dúvida fale com alguém e compartilhe com cuidado. Com esses pilares, o objetivo é incentivar os pequenos a terem cuidado com o que consomem e compartilham na internet.

Além disso, a Google também conta com a ferramenta gratuita Family Link que permite que pais e responsáveis tenham controle sobre os aplicativos e conteúdos acessíveis para as crianças. Inclusive, é possível determinar por quanto tempo, a localização do dispositivo da criança em tempo real e até mesmo o bloqueio do aparelho, sem dúvidas de importante ajuda para a manutenção da segurança online.

O essencial é que tanto adulto, quanto as crianças e adolescentes, entendam que a internet e tecnologias não são os vilões, mas que assim como outras práticas que temos, precisam de cuidados para que se possa sempre extrair o melhor destas importantes ferramentas. Algumas das dicas faladas, que até são simples de implementar, podem auxiliar e muito a segurança das crianças na internet. Você já faz alguma delas? Quais outras considera importante para manter o ambiente confiável? Compartilhe nos comentários. 

6 exemplos práticos de aplicação da tecnologia na educação

Constantemente compartilho por aqui exemplos que demonstram que a parceria entre tecnologia e educação é sinônimo de sucesso. Muitas são as formas de usar essa importante aliada na sala de aula para tornar o processo de aprendizagem mais atrativo, inclusivo e dinâmico. As possibilidades são as mais diversas e adaptar a este novo mundo é essencial para continuar a evolução da educação.

Hoje vou apresentar alguns exemplos da tecnologia na educação, para você que está lendo entender que todas as ideias e conceitos apresentados aqui são reais e vem dando certo no Brasil e no mundo.

Começo com um exemplo do nosso vizinho Uruguai, o chamado Plano Ceibal foi lançado no ano de 2007 e é um sucesso por lá.  O projeto possibilitou a inclusão digital por meio da distribuição de um computador portátil para cada aluno e cada professor de todas as escolas públicas do país. Essa iniciativa permitiu o acesso as novas ferramentas de aprendizagem para famílias mais pobres.  Além da distribuição dos computadores, simultaneamente foram instaladas internet e rede Wi-fi em todas as escolas públicas.

A iniciativa do Plano Ceibal fez com que, inclusive agora no cenário da pandemia, os alunos se beneficiassem em comparação a outros países, uma vez que foi possível a eles acompanhar as atividades online, já que o projeto garante para todos que ingressam no sistema educativo do país não só o acesso ao computador, mas também a internet.

Este projeto é um exemplo de que tudo precisa começar do começo. Para que seja possível o acesso de professores e alunos a tecnologia, a infraestrutura básica precisa ser garantida. Este é um pensamento que tem que mudar tanto da parte da gestão da escola, quanto a gestão pública, ambas precisam caminhar juntas para dar certo. E sem dúvidas este é um grande exemplo e inspiração de que a tecnologia na educação faz a diferença.

Caso você queira conhecer mais o Plano Ceibal, no site oficial do projeto você encontra todas as informações atualizadas da iniciativa.

Ainda falando em infraestrutura, temos um exemplo super bacana aqui no Brasil, mais precisamente na Amazônia com o projeto Amazônia Conectada. A iniciativa que foi lançada no ano de 2015 é coordenada pelo Ministério da Defesa em parceria com os ministérios das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação e consiste na implantação da infraestrutura passando quilômetros de fibra óptica por dentro dos rios do Amazonas para levar internet de alta velocidade aos municípios e comunidades ribeirinhas.

O projeto já teve investimento de R$70 milhões e segundo dados do governo já soma 1,2 mil quilômetros de redes ópticas subfluviais instaladas nos leitos dos rios, a meta é chegar em 3 mil quilômetros de rede.

A iniciativa permite que a tecnologia na educação se torne realidade para muitos, uma vez que possibilita aos alunos das comunidades ribeirinhas aprender por meio de videoconferência e usar outras plataformas pedagógicas no processo de aprendizagem. A realidade também impacta a vida dos professores, pois eles poderão desta forma, ter acesso com facilidade a mais informações em tempo real para suas aulas, além de poder ajudar a comunidade local. 

Em relação ao uso de ferramentas e estratégias em si é possível encontrar histórias inspiradora também, como é o caso da Escola Estadual Orígenes Lessa, e em uma área que todo aluno infelizmente torce o nariz: a recuperação.  A escola localizada em Diadema resolveu fazer diferente e agora os alunos aprendem brincando, isso mesmo, atrelar diversão e educação tem tudo a ver.

Os alunos aprendem por meio de jogos, vídeos e simuladores e outros recursos tecnológicos. No ano de 2014 a escola passou a usar a plataforma Currículo +, uma versão da Escola Digital personalizada para Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, usada para aulas de reforço de português e matemática.

A plataforma que tem como objetivo incentivar o uso da tecnologia na educação, já alcançou o número de 1187 objetos digitais de aprendizagem, e tornou o momento da recuperação algo atrativo aos alunos, que hoje disputam os laboratórios para as aulas. Para saber mais sobre a inciativa que beneficiou a escola de Diadema, acesse o site oficial Currículo +.

Outra escola que também inovou foi a Escola Estadual Professor José Vilagelin Neto em Campinas, aplicando a metodologia da sala de aula invertida. Lá uma vez por semana, durante o período de duas horas, os alunos não têm a conhecida aula expositiva e sim, uma aula dinâmica de matemática por meio da plataforma QMágico onde eles podem resolver exercícios e tirarem dúvidas com o professor.

São 14 turmas que se beneficiam desta nova forma de enxergar o processo de aprendizagem, 7 do fundamental e 7 do ensino médio. O uso da plataforma além de mais atrativo e dinâmico, permite o acompanhamento em tempo real do desenvolvimento de cada aluno.

Já uma escola nos Estados Unidos aposta em investir na gamificação para colher bons frutos no processo de aprendizagem. Esta forma de usar a tecnologia na educação estimula curiosidade e pensamento criativo.

A Playmaker School investe na experimentação por meio dos jogos e tecnologia. Durante as aulas são feitas atividades em simuladores, discussões e projetos. Os alunos recebem um mapa da aventura, que na verdade é um indicador do seu progresso durante o ano. Assim eles não só jogam, como fazem descobertas e constroem conhecimento.

Outra metodologia que ganha cada vez mais espaço na educação é aprendizagem maker e desta metodologia trago mais dois exemplos muito interessantes da sua aplicação, nas escolas Visconde de Porto Seguro em São Paulo e Centro de Tecnologia Senai no Rio de Janeiro.

O conceito que foca na experimentação deu certo no Colégio Visconde de Porto Seguro em um laboratório de fabricação digital. Os alunos do ensino fundamental 2 são apresentados a ferramentas de prototipagem rápida e assim constroem nova empresas, desenvolvem projetos e ao final participam de uma apresentação para especialistas de mercado. Já no Senai FabLab, os alunos das turmas de ensino técnico conseguem ver prática e teoria caminhando juntas na criação de soluções para indústrias.

Todos esses exemplos apresentados tem um ponto em comum: a vontade de fazer a diferença no ensino, e mais, o entendimento de que a tecnologia na educação é um meio efetivo de alcançar bons resultados, formar pessoas preparadas para os desafios da vida atual e claro, atender as necessidades de um mercado que busca este novo perfil.

Traçar este novo caminho é um desafio, que precisa contar com todos, aluno, professor, escola, iniciativas públicas e privadas, assim como as que conhecemos nas histórias apresentadas. Elas mostram como é possível chegar lá agindo juntos. Espero que você que esteja lendo este texto e é um agente transformador da educação se inspire a levar a tecnologia para dentro da sala de aula das mais diferentes formas, cada semente é um sucesso no futuro.

Neuroeducação: uma nova abordagem para aprendizagem

Vivemos em um mundo diverso, olhar cada pessoa como única e traçar caminhos para respeitar suas individualidades e potencializar suas habilidades é uma realidade necessária. Ainda que por vezes seja esquecido, viver em comunidade é pensar que todos somos responsáveis uns pelos outros, e essa evolução acontece através da educação.

A neuroeducação apesar de parecer novidade, pois está sendo amplamente debatida agora, não é uma nova área do conhecimento. Na verdade, ela é a junção de conhecimentos da psicologia, que trabalha em pesquisas da área comportamental e cognitiva, a educação por meio da pedagogia que foca no processo de aprendizagem em si, e a neurociência que concentra seus estudos no funcionamento do sistema nervoso central.

Esse olhar único para o processo de aprendizagem tem trazido bons resultados, vamos bater um papo sobre essa área no texto de hoje.

Como já foi dito não se trata de uma área nova de conhecimento, mas sem dúvidas um jeito de olhar e abordar de forma diferenciada o processo de aprendizagem. Temos bastante enraizado que aprender é simplesmente adquirir novos conhecimentos, mas a neuroeducação vai além, aprender também significa mudar comportamentos.

Isso porque, a neuroeducação trabalha justamente a mudança na maneira de lidar com os estímulos externos. Cada indivíduo é único, logo, cada um terá um tempo, ritmo e se interessará de forma diversa por um determinado conteúdo.

Em vários outros textos que conversei por aqui, falamos de como a forma de educação que conhecemos está ultrapassada e necessita evoluir. A neuroeducação vai em direção esta linha. Ela estabelece que por meio de um método engessado é quase impossível alcançar bons resultados com uma sala de aula inteira.

Esses resultados não são alcançados simplesmente por alunos dispersos, por exemplo, nem porque um tem uma capacidade intelectual maior que o outro, ou até mesmo associar a falta de dedicação aos estudos, mas porque cada ser humano tem suas funções neurais trabalhando de forma diferente.

Aprender é algo inerente ao ser humano e, a ao longo da vida vamos desenvolvendo isso. Para aprender contamos com a soma desses três fatores: funções neurais, aptidões cognitivas e processos comportamentais.

A neuroeducação objetiva potencializar essas capacidades nos alunos observando suas particularidades em relação às influências do sistema neural.

Segundo entrevista dada ao portal Educação, a referência em desenvolvimento socioemocional e neuroeducação Adriana Fóz, entender o cérebro no concernente a aprendizagem é muito importante.

“Como eu vou usar um celular se eu não sei para que servem as teclas? Não preciso entender como é a fiação do celular, o processo digital. Mas precisamos saber como manusear, porque senão vou ficar com celular na mão e ele vai virar enfeite”.

Todas as descobertas da neuroeducação auxiliam e podem influenciar diretamente como as aulas são pensadas e o conhecimento será transmitido. É possível traçar os diferentes perfis e trabalhar dentro das potencialidades e limitações de cada aluno.

Benefícios da neuroeducação

  • Identificar os diferentes perfis cognitivos dos alunos e poder trabalhar a estratégia educacional em cima desses pontos.
  • Entender as individualidades de cada um e tornar o processo da educação mais humanizado.
  • Auxiliar a identificar condições que podem afetar o processo de aprendizagem como transtorno de atenção com hiperatividade, ansiedade e outros e trabalhá-las na inclusão.
  • Incentiva o desenvolvimento do aluno como figura central na educação.

Poder entender as conexões que nosso cérebro faz, esse órgão que está em constante mudança conforme adquire conhecimento, é um aliado importantíssimo para educação. Trabalhar em sala de aula entendendo as características de cada um, abre uma janela enorme de possibilidades e permite que assim, o aluno consiga cada dia mais ter autonomia, interesse em aprender. A neuroeducação é uma aliada valiosa para o sistema de ensino e não podemos deixar de dar luz a essa área do conhecimento!

Saiba mais sobre o metaverso na educação

A palavra parece ser relativamente nova (mas não é), e se você está antenado nas novidades da área da tecnologia, conhece o metaverso, ou, pelo menos, já se deparou com este termo. A ideia de incorporar o mundo virtual com o físico não é nova, mas a forma que se estrutura o metaverso promete ampliar e trazer inúmeras possibilidades para diferentes setores.

Na educação o pensamento futuro (que já tem seus primeiros passos) é a de que o metaverso torne o processo de aprendizagem algo mais inclusivo e derrube barreiras importantes. O conceito propõe a interação, uma tecnologia que trabalha a realidade virtual de forma compartilhada, onde será possível recriar experiências físicas no ambiente digital. A disrupção que o metaverso na educação promete é grande e é sobre ela que vamos conversar um pouco mais.

Em sua definição a palavra metaverso nada mais é que a junção de “meta”, palavra grega que significa além, com verso que vem de “universo”, seria algo como a evolução da internet. Ter uma segunda vida, só que com pessoas reais tornando possível uma realidade paralela. Ainda parece confuso? Vamos continuar.

A confusão é comum, afinal toda explicação parece saída de um livro, filme de ficção científica, o que tem seu fundamento. O termo metaverso vem de um romance de ficção científica do autor Neal Stephenson chamado Snow Crash de 1992. Nele é apresentado uma aventura em um mundo onde parte da vida cotidiana acontece no mundo digital.

Voltando a realidade, o metaverso propõe justamente a integração do online e offline, por meio de ferramentas que tem o objetivo de diminuir o espaço entre físico e virtual. Para educação ele permite a imersão dos alunos em ambientes que dependendo da realidade de muitas escolas não seria possível ser feita.

Exemplificando, seria algo do tipo estudar sobre a Grécia Antiga em um ambiente virtual que crie essa realidade, ver a arquitetura, pessoas da cidade como eram na época, um ambiente onde será possível a interação entre os colegas de sala de aula e professores enquanto cada uma das partes poderá, por exemplo, fazer essa viagem estando em suas casas. Ou uma excursão a museus do mundo todo, algo que já é possível fazer sem sair da escola.

Isso tudo faz parte de uma realidade virtual que já vem sendo trabalhada em algumas salas de aula, com as imersões 360 graus por meio dos óculos virtual e outras ferramentas tecnológicas, mas isso é apenas uma das possibilidades que o metaverso traz para o processo de aprendizagem.

Vale ressaltar que tivemos um grande processo de imersão e adaptação a essas novas tecnologias com a chegada da pandemia, e o mundo precisou acelerar a adaptação ao uso delas, para tornar viável o ensino em uma realidade em que o aluno não poderia estar dentro da escola e isso mostrou os desafios e barreiras que todos da educação tiveram que enfrentar.

Por mais que seja possível dizer que muitas instituições tiveram êxito nessa adaptação, outras passaram por dificuldades, isso porque os alunos de uma maneira geral estão adaptados ao uso dessas tecnologias em suas vidas, mas os nem todos os professores e os envolvidos no processo de educação não estavam devidamente preparados para o desafio de usar essas ferramentas a seu favor.

E é essa questão que se faz necessária a reflexão, se somente aulas a distância ou híbridas apresentaram esse desafio, lidar com o metaverso será algo ainda maior.

Além da preparação de toda estrutura escolar, desde a capacitação dos professores e mudança de pensamento da gestão, estamos falando também de tornar acessível os espaços virtuais à todos, principalmente em uma realidade como a do Brasil, mas esse é um caminho que não tem mais volta, precisamos nos adaptar para ontem a realidade da tecnologia na educação.

De acordo com números da ABRES apenas 36% dos alunos que entram no ensino superior se formam, em decorrência do abandono do curso por falta de motivação e questões financeiras. Já em relação aos cursos EAD a realidade é que os números aumentam a cada ano, mostrando o quanto a tecnologia facilita e torna mais flexível o acesso ao ensino. Este cenário mostra o quão necessário é o investimento em novas tecnologias para abandonar o modelo tradicional de ensino já ultrapassado. 

Benefícios do metaverso na educação

Acessibilidade: Como já foi falado, tornar acessível o processo de aprendizagem com certeza é um dos maiores benefícios que o metaverso na educação pode trazer. O metaverso torna distâncias geográficas menores ou inexistentes, permite acesso remoto a educação em qualquer lugar do mundo. Não é necessário o deslocamento, o que aumenta a inclusão.

Desenvolvimento de habilidades para o mercado atual: Quando trabalhadas já no ensino, a inclusão digital permite o desenvolvimento de habilidades digitais em um nível mais alto, sem contar outras soft-skills altamente solicitadas ao profissional de hoje, como disciplina, autonomia, empatia, tudo isso é trabalhado nessa nova forma de aprender.

Motivação e foco: Para muitos a ideia do modelo tradicional de escola como conhecemos parece chato, principalmente para os mais jovens que estão tão expostos as tecnologias. Incluí-las na educação é importante alidada para que as abordagens de ensino sejam mais efetivas e consigam melhores resultados. Os alunos se sentem mais motivados e focados em um ambiente que para eles é atrativo e natural.

O setor educacional precisa se posicionar agora mais do que nunca, e antecipar essa tendência se tornando um pilar de desenvolvimento, o metaverso na educação irá trazer inúmeros benefícios e inclusão, o quanto antes aprendermos e ensinarmos sobre ele, mais fácil será a adaptação a um cenário que é inegável de acontecer.