Aprendizagem criativa: ruptura da forma de ensino tradicional

Há alguns textos tenho debatido por aqui a necessidade de mudança do ensino tradicional para se alcançar resultados mais maduros com a educação. A ideia não é somente trazer para sala de aula elementos de tecnologia, mas que eles sejam ferramentas de apoio para uma nova forma de ensino.

É preciso entender que isso não é assunto do futuro, mas do agora. A educação precisa integrar cada dia mais tecnologia, arte, criatividade e preparar as pessoas para serem solucionadores de questões importantes.

Colocar o aluno como protagonista do ensino é uma mudança que gera ótimos resultados e que facilita a compreensão do ensino e o desenvolvimento de competências e habilidades. Já apresentei aqui de diferentes metodologias ativas de ensino e hoje vamos conhecer a aprendizagem criativa, mais uma das iniciativas para construção do caminho de uma nova forma de educação.

O conceito de aprendizagem criativa foi proposto pelo professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Masssachusetts), Mitchel Resnick ele tem como base o construcionismo que foi proposto pelo também educador Seymour Papert, que bebeu da fonte de grandes nomes da educação como Paulo Freire, Piaget, Maria Montessori, entre outros.

A ideia da aprendizagem criativa é defender a aprendizagem como resultado de um processo de exploração. Na verdade, o grupo de pesquisa dirigido por Mitchel Resnick inspirou-se na trajetória de Froebel, criador do jardim de infância para embasar seus argumentos.

Segundo o pedagogo Friedrich Froebel a fase do jardim de infância é definitiva quando pensamos na formação dos seres humanos, e por isso, merece atenção especial. E quando comparamos o jardim de infância com o restante da trajetória escolar, observamos muitas diferenças.

A maioria dos sistemas de ensino hoje vigentes segue o modelo de transmissão de ensino. Já no jardim de infância toda a forma de aprendizado é trabalhado por meio de uma exploração da conduta ativa da criança. No jardim de infância ela interage para se conectar com o mundo, através de propostas divertidas, dinâmicas e envolventes.

O grupo de pesquisa de Mitchel Resnick defende que essa forma de aprendizagem não deve ser abandonada, pelo contrário, o estilo do jardim de infância tem que continuar na trajetória de ensino, independentemente da fase escolar. É o que é preciso para que pessoas de diferentes idades consigam desenvolver suas habilidades, todas essas essenciais para conseguir prosperar em uma sociedade de mudança contínua.

Baseado nessas ideias a aprendizagem criativa trabalha no caminho de que a exploração é a o norte. O processo de ensino parte da Espiral da Aprendizagem Criativa, que consiste em 4 diferentes momentos, são eles: Imagine, Crie, Brinque, Compartilhe e Reflita, cada uma dessas fases traz um nível diferente de compreensão. Vamos explorar um pouco mais sobre essas etapas.

4 princípios da aprendizagem criativa

Para entender mais o caminho que percorre a aprendizagem criativa é preciso conhecer os 4Ps que orientam essa forma de educação.

Projetos: o primeiro p que se refere a projetos determina que trabalhar por meio deles, permite aos alunos se envolverem em diferentes áreas do conhecimento e interesse. Desta forma diferentes habilidades são desenvolvidas e novas técnicas também.

Paixão: Como nome diz é preciso trabalhar em algo que se tenha paixão, poder ter espaço em áreas de seu próprio interesse, isso incentiva as pessoas a quererem se dedicar mais aos seus projetos e no ensino não é diferente. Ter a paixão no processo de aprendizagem faz com que os alunos cada vez mais se aprimorem durante o processo, e descubram até mesmo novas paixões.

Pares: O terceiro p da aprendizagem criativa trabalha a ideia de exercer de formas variadas o trabalho em pares. Seja por meio da construção do conhecimento em si, a troca de opiniões e experiências ou compartilhando os resultados do trabalho feito e recebendo feedbacks. Todo esse movimento em conjunto resulta em mais aprendizado e também torna o projeto mais interessante.

Pensar brincando: Quer coisa mais atrativa do que poder brincar e aprender? O último p da aprendizagem criativa se refere ao ambiente de construção do conhecimento, que precisa ser envolvente, permitindo aos alunos aprenderem por meio de descobertas, explorando, errando e aprendendo.

Todo esse cenário dinâmico e lúdico permite que aprendizagem criativa foque no presente, mas acerte no futuro. É uma maneira de ensinar que permite durante toda a prática o aluno tenha a oportunidade de interagir, proporcionando vários benefícios.

Nesta forma de aprender o aluno estimula e desenvolve habilidades e competências, tem autonomia no aprendizado, uma vez que ele é o protagonista das descobertas, tem liberdade de se expressar e de pensar, desenvolvendo assim também sua criatividade, além do ambiente agradável a atraente.

Papel do educador na aprendizagem criativa

No Brasil os professores em sua grande maioria ainda estão engatinhando na aprendizagem criativa e em metodologias ativas de ensino. Isso porque as escolas ainda trabalham com métodos tradicionais de um modelo que já faz parte do passado.

Para que a aprendizagem criativa ganhe espaço o desafio é conectar diretoria, coordenação e docentes a esta metodologia. Todos precisam entender que são mediadores do autodesenvolvimento, e que os alunos são agora corresponsáveis pelo próprio processo de aprendizagem.

A aprendizagem criativa possibilita também ao professor liberdade para criar e ensinar, afinal tudo que falamos anteriormente não segue um manual de instruções e passo a passo. Os professores vão estimular seus alunos e à medida que vão desenvolvendo o aprendizado, conseguem direcionar seus esforços.

Vale lembrar que ainda que os alunos sejam protagonistas nessa forma de ensino, é o professor que transmite a segurança necessária e com quem vão passar a maior parte do tempo, portanto, cabe a figura dele encorajar, trazer meios para trabalhar os medos, desafios e barreiras.

As aulas são dinâmicas nessa metodologia, a ideia de ir com aulas preparadas pode nem sempre conseguir ir adiante, pois como o processo aqui é ativo, tudo pode mudar no caminho da aula, o que é extremamente enriquecedor não só para o aluno, mas para o professor que tem que se reinventar constantemente, mas também pode trabalhar com mais liberdade em sala de aula.

Aqui no Brasil já existe uma iniciativa incrível de apoio e incentivo a aprendizagem criativa. Um movimento chamado Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, une além de educadores, artistas, pais, pesquisadores, empreendedores, estudantes e organizações que além de apoiar, ajudam a promover essa prática educacional.

Caso você queira se aprofundar ainda mais no conhecimento da aprendizagem criativa e no pensamento de Mitchel, uma dica de leitura é seu livro Jardim de Infância para a Vida Toda: Por uma Aprendizagem Criativa, Mão na Massa e Relevante para Todos.

A ideia ainda pode estar começando por aqui, mas o conhecimento da prática, o debate das ideias se faz necessário para que consigamos cada vez mais alcançar diferentes lugares com uma forma de educação inovadora e efetiva.

Você já usa aprendizagem criativa na sala de aula? Compartilhe sua experiência! 

Conheça as edtechs e seu potencial, entenda como esse setor vem ganhando espaço no mercado

Você já ouviu falar em startups provavelmente, mas e edtechs? O termo pode não ser tão comum aos seus ouvidos, embora, provavelmente se você trabalha com educação, já deve ter se deparado com alguma das soluções propostas por esse nicho. Nosso bate papo de hoje vai apresentar o que significa este conceito, o potencial dessa área e os benefícios que este setor pode proporcionar a educação.  

Segundo a Associação Brasileira de Startups, edtechs são startups que usam alguma forma de tecnologia como elemento facilitador de processos de aprendizagem e aprimoramento dos sistemas educacionais.

Esta mesma Associação publicou no ano passado a 3ª edição do Mapeamento de Edtechs documento relevante, que trouxe uma fotografia de como está o cenário das tecnologias educacionais brasileiras.

Os números são animadores, de acordo com este estudo, as edtechs representam hoje o maior segmento entre startups no Brasil, com 17,3%. A maioria das 566 empresas mapeadas estão na região sudeste (58,7%), desse número 37,8% das edtechs estão em São Paulo.

Além desses números positivos, é possível enxergar um futuro público também para as edtechs, já que das startups mapeadas, 12,9% declararam que já venderam/ofereceram suas soluções a órgãos públicos. Outro relatório o EdTechXGlobal mostra que as edtechs têm crescido em nível mundial, 17% ao ano.

E o porquê desse crescimento vai ao encontro de outros bate-papos que já tivemos por aqui. A maneira de ensinar vem mudando, metodologias ativas têm cada vez mais aceitação e resultados positivos em sala de aula, tecnologias são aliadas que não podemos mais deixar de contar, e as edtechs vem justamente ajudar a traduzir este mundo de produtos digitais para adaptá-los à educação da melhor maneira possível.

As edtechs de modo geral investem no desenvolvimento de plataformas online, softwares, ferramentas de gamificação, simuladores de realidade virtual, aplicativos, entre outros, e tudo isso são recursos didáticos que facilitam e aproximam o aluno no processo de aprendizagem. 

5 edtechs de sucesso

Descomplica

Surgiu em 2011 é uma edtech que tem a mecânica de um cursinho pré-vestibular online com conteúdo com foco no Enem. Funciona da seguinte forma, o aluno paga a assinatura e tem acessos a aulas pré-gravadas, ao vivo, monitoria, correção de redações, questionários e simulados. Além disso, a startup também oferece reforço universitário e pós-graduação. No ano de 2017 foi escolhida pelo ranking da revista americana Fast Company como a terceira empresa mais inovadora da América Latina, a primeira do Brasil.

Veduca

Com objetivo de democratizar a educação surgiu em 2012 a edtech Veduca. Os cursos têm valor acessível, a partir e R$29,90 e alguns conteúdos são gratuitos por meio de vídeos no YouTube.

A Veduca atua em parceria com instituições reconhecidas como, empresas e profissionais de mercado.

Quero Educação

Considerada a maior edtech do Brasil, já foi acelerada duas vezes pela Y Combinator, uma das 40 empresas Endeavor Mundo, são certificados pelo Great Place to Work e em 2018 teve o reconhecimento do Fórum Econômico Mundial como uma das 50 startups com mais impacto na América Latina.

A edtech conecta instituições de ensino e alunos por meio de ferramentas como a Quero Pago e Quero Bolsa, um marketplace que ajuda os alunos a encontrar um curso que caiba no bolso.

DreamShaper

Esta edtech criou uma plataforma online de aprendizagem baseada em projetos, que auxilia os alunos a desenvolverem competências socioemocionais e do mercado de trabalho relacionadas com a matéria que aprendem nas salas de aula.

Segundo seu site mais de 500.000 alunos e 1.200 instituições de ensino já foram beneficiadas com a ferramenta, que permite a customização de acordo com o currículo de cada instituição.

4YOU2

Já recebeu prêmios em diversos países, esta edtech brasileira trabalha com a democratização do acesso aos cursos de inglês. Entre sua metodologia há aulas de conversação presencial com professores nativos, pratica de gramática e vocabulário com seu aplicativo próprio.

Com a pandemia ao contrário de vários outros setores, as edtechs conseguiram se adaptar rapidamente as demandas das instituições de ensino aos desafios do isolamento e manutenção das aulas.

De acordo com o Mapeamento de Edtechs, 63,80% das startups deste setor mantiveram ou aumentaram seu faturamento no ano de 2020. Sem contar que 88,8% não precisaram fazer demissões durante esse período crítico e até aumentaram as contratações 40%.

Todos esses números e cases apresentados mostram o quanto as edtechs já estão presentes no dia a dia da educação e que ainda tem um futuro promissor para beneficiar cada vez mais e mais instituições de ensino promovendo inovações na educação.

Você já atuou diretamente com auxílio de alguma edtech? Compartilhe sua opinião sobre este setor nos comentários.

Empreendedorismo na sala de aula, um conceito que vem ganhado espaço

Ouvimos falar muito sobre empreendedorismo. Essa palavra está presente em diferentes cenários e tem conquistado cada vez mais espaço. Cursos para aprender a empreender tem sido mais buscado pelas pessoas, na pandemia inclusive, bateu números recordes. Segundo o Sebrae o número de cursos a distância sobre o tema foi de 1,5 milhão de pessoas em 2020, cerca de 400 mil a mais que em 2019.

Além disso o empreendedorismo também é tema de programas de TV, podcastas, livros. Competências e habilidades de pessoas empreendedoras são estudadas, e empresas buscam esse perfil para preencher diferentes vagas.

Não diferentemente desses outros espaços o empreendedorismo chegou também na sala de aula para trabalhar o senso crítico, comportamento proativo, entre outros benefícios que este processo traz, esse será o nosso bate-papo de hoje.

Antes de falarmos mais sobre o empreendedorismo na sala de aula, acredito que seja importante definirmos e entendermos mais sobre o conceito de empreendedorismo em si. A palavra não existia nem mesmo no dicionário da língua portuguesa, isso mesmo, ainda que já muito difundido, o verbete só entrou para nossos dicionários por volta dos anos 2000.

Apesar de claro já existirem empreendedores e empreendedoras pelo Brasil, a forma que conhecemos este conceito se consolidou mais recentemente com um mundo de possibilidades.

De acordo com a Endeavor, rede de empreendedores e empreendedoras, empreendedorismo é: “A disposição para identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto, ou movimento que seja capaz e alavancar mudanças e gerar um impacto positivo”.

A mesma rede identificou alguns pontos que todos empreendedores de sucesso precisam ter, são eles: otimismo, autoconfiança, coragem para aceitar riscos, desejo de protagonismo, resiliência e perseverança. Mas afinal todas essas competências e habilidades não são essenciais estarem presentes no processo de aprendizagem? Por isso o empreendedorismo na escola é algo inovador e necessário.

Além desses pontos que falei acima, o empreendedorismo na sala de aula também trabalha a capacidade de planejamento e metas dos alunos, auxilia na tomada de decisões, e todos esses fatores preparam uma pessoa para a vida e para o mercado de trabalho.

Trabalhar o empreendedorismo em instituições de ensino ajuda a romper barreiras, e mostrar como o que é apresentado conceitualmente na sala de aula pode se tornar algo prático, esse pacote fortalece os jovens a terem mais autoconfiança para se desenvolverem.

Pode-se dizer que ao usar o empreendedorismo na sala de aula, o ensino está usando mais uma metodologia ativa, como tantas outras que já vimos por aqui, que colocam o aluno como centro do processo de aprendizagem e traz inúmeros benefícios.

Para colocar em prática o empreendedorismo atrelado ao ensino, o professor pode usar diversas ferramentas para resolução de problemas, como é o caso de design thinking, gamificação, PBL, e até mesmo a sala de aula invertida. Todos esses meios trabalham o empreendedorismo e ajudam a desenvolver as características necessárias a esse tipo de profissional que o mercado espera.

Benefícios do empreendedorismo na sala de aula

Como todas as formas de metodologias ativas, aliar o empreendedorismo ao ensino traz inúmeros benefícios, alguns já falados, mas vamos abordar mais alguns muito importantes para a educação.

Independência

O aluno consegue enxergar relação nas demandas e problemas com o seu dia a dia, e desta forma busca soluções, seja em grupo ou sozinho para alcançar os resultados. Conseguindo, ainda que com o auxílio do docente, caminhar sozinho para conquistar algo.

Conhecimento do seu potencial

Conforme ele desenvolve novas soluções, cria projetos, o aluno consegue enxergar quais são seus pontos fortes e quais ainda precisam ser trabalhados, aprender a lidar com isso é essencial para um futuro profissional, e sem dúvidas irá ajudar um bom desempenho na vida também.

Responsabilidade

Já foi falado que com implementação do empreendedorismo na sala de aula, é trabalhado a metodologia ativa, que coloca o aluno no centro de tudo, consequentemente ele será responsável por determinada tarefa até alcançar o objetivo do projeto proposto. Tudo isso faz com que, a responsabilidade seja desenvolvida e amadurecida, ele aprende que é preciso comprometimento para lidar com o que foi apresentado.

Comprometimento com a sociedade

Falando em comprometimento, ele também é desenvolvido pensando no aspecto social. Os alunos ajudam a pensar soluções para construção de um mundo melhor e isso não só é importante, como motiva o estudante a se engajar nos projetos.

Criatividade

Se ele precisa buscar novos caminhos para as respostas as questões propostas, criatividade é uma habilidade bastante desenvolvida. Pois os alunos precisam criar algo novo, pensar fora da caixa para uma solução efetiva.

Liderança

Muitas das atividades trabalhadas em metodologias ativas são em grupos, e isso ajuda a identificar os líderes, aqueles que conduzem a equipe a alcançar um resultado além do esperado. O trabalho em equipe força a articulação para reunir pessoas e organizar ideias, priorizar o que é importante, todas características essenciais a um líder.

Autoconfiança

Falamos lá em cima sobre ela, ser autoconfiante é crucial para o empreendedorismo, você precisa acreditar na sua ideia, projeto, e confiar antes que ninguém que ela dará certo. Na sala de aula a medida que os alunos vão trabalhando em seus projetos e enfrentando adversidades, desafios, eles começam a confiar mais em si e enxergam o que são capazes de fazer, reforçando a autoconfiança. 

A forma com que cada instituição de ensino pode trabalhar o empreendedorismo na sala de aula varia, mas a verdade é que com pouco pode-se trabalhar esse conceito poderoso como aliado da educação.

Entender que as habilidades desenvolvidas com o empreendedorismo ajudam a formar um cidadão e um futuro profissional de sucesso. Compartilhe nos comentários sua opinião sobre o tema e os trabalhos já feitos com empreendedorismo na sua escola.

Lean education: entenda como a metodologia aplicada a indústria e ambientes corporativos migrou para educação e saiba seus benefícios

O termo não é novo, mas ainda pouco conhecido no universo da educação. A metodologia Lean surgiu nos anos 80 como um conjunto de conceitos aplicados na gestão japonesa que definiram o sistema de produção da empresa Toyota. A tradução seria algo como pensamento “enxuto”, onde o principal objetivo era otimizar os processos produtivos, tornando uma produção mais eficiente, eliminando desperdícios e agregando valor a empresa.

O termo lean manufacture desde então foi ganhando espaço, e também sendo aplicado a diferentes cenários, como por exemplo, os ambientes corporativos. No ano de 2011 no livro chamado A Startup Enxuta (Lean Startup), Eric Ries aplicou as teorias aos ambientes disruptivos das startups, ajudando no desenvolvimento de produtos e validação dos modelos de negócio de forma mais rápida e eficaz.

Com a evolução e validação do conceito em diferentes áreas, não demorou para que a metodologia também fosse aplicada na educação, quando combinada a outro conceito inovador o design thinking que já conversamos por aqui, surgia então a Lean Education Technology.

Assim como nas outras áreas que foi utilizada, a metodologia na área da educação melhora e otimiza os processos de ensino, além de inúmeras vantagens imediatas e ao longo prazo. Essa forma de pensar estimula os colaboradores a analisarem tudo que está sendo feito e propor melhorias, e essas medidas impactam na forma de aprendizado dos alunos.

O conceito é inovador e se adapta muito a nova realidade onde alunas e alunos estão vivendo diante de constantes mudanças tecnológicas, e o lean education é ideal para encaixar nesses diferentes cenários, promover a criatividade, o foco na resolução de problemas e desenvolver também o raciocínio lógico. Quer saber como implementar essa metodologia em sua aula, escola, faculdade ou universidade? Vamos ao passo a passo.

Como implementar o lean education

1.Especificação do valor desejado – Valor aqui não se refere apenas ao dinheiro, mas também os valores que você deseja que sejam passados aos alunos, isto é, valores que sejam o da disciplina ou da instituição de ensino. Por isso nessa etapa é hora de pensar uma proposta pedagógica eficiente e que esteja adequada ao que o estudante e seus familiares buscam.

2. Identificar o fluxo gasto para cada serviço – Como já falamos o lean tem como definição a metodologia enxuta, isto é, gastar menos tempo, dinheiro e recursos. No segundo passo é o momento de alinhar com a equipe quais são os principais gargalos da escola e juntos mapearem o que garante o sucesso da instituição.

3. Fluxo contínuo – Depois de identificar os pontos a serem melhorados, é hora de colocar em prática as ideias para consertá-los. Os pontos fortes e fracos já foram mapeados e a equipe já está preparada para solucionar os problemas.

4. Certificação e sentido – Agora com estratégias alinhadas é hora de revisar cada uma delas e testes podem ser feitos para garantir a efetividade das soluções propostas. Caso no caminho alguma das ideias não seja tão boa quanto pensado, busque alternativas para solucionar eventuais problemas.

5. Monitore tempo e informações – Tudo nos trilhos e correto, mas nem por isso o trabalho acabou. É preciso fazer testes definitivos e monitorar tempo e recursos gastos em cada etapa do ensino e da gestão e comparar com os resultados que tinham anteriormente. A metodologia lean education propõe a constante melhoria de processos, portanto essa é uma etapa que será repetida várias vezes.

6. Ajuda especializada – Por último sempre busque ajuda especializada no assunto. Ao implementar melhoria em determinada área ou processo, encontre quem mais tem conhecimento sobre o assunto e peça ajuda para implementação das ideias pensadas.

A metodologia lean education é muito mais uma forma de implementar melhorias na gestão, portanto, você vai conseguir perceber a valorização da equipe, facilitar os processos, melhoria de clima organizacional, agilidade nas tarefas feitas, menos desperdícios e fortalecimento da proposta pedagógica da escola.

Mas apesar do foco ser a melhoria da gestão do ensino, isso impacta diretamente nos alunos que vão ter um ensino mais ágil e com valores e objetivos mais alinhados ao que precisam para prepará-los para um mundo moderno. Compartilhe nos comentários, você já ouviu falar dessa metodologia?

Acredita que ela pode ser parceira na hora de planejar as diretrizes da escola?

Como aplicar o Design Thinking na educação

O termo já é muito conhecido do ambiente empresarial, mas tem ganhado espaço na área da educação como uma forma inovadora de criar, estruturar e validar ideias na sala de aula. Conheça mais sobre o design thinking na e entenda como aplicá-la pode trazer benefícios.

Muitos falam que o design thinking é uma metodologia, mas na verdade ele é mais uma forma de conduzir e chegar a solução de um determinado problema. Ele é uma evolução da teoria de Design, criada na década de 1960. Comparada a cursos como medicina, matemática e até mesmo filosofia, o design é uma área relativamente nova.

Nos anos 1990, ainda nos primeiros passos de design desenvolvidos, culminaram na criação da IDEO, uma empresa de design, consultoria em inovação, fundada em Palo Alto na Califórnia, mas que atualmente tem escritórios por diversas partes do mundo como Londres, Munique, Xangai, Singapura, Tóquio. E você deve estar se perguntando o que o surgimento da IDEO tem a ver com design thinking? Vamos a resposta.

O design thinking surgiu dentro da IDEO e foi criado por um dos fundadores da agência, David Kelley. Com o tempo o termo ganhou espaço e popularidade, pois os fundadores da IDEO, acreditavam que qualquer profissional poderia usar o design thinking na resolução de problemas complexos. E assim a abordagem ganhou adeptos em diversas empresas e agora também o design thinking na educação vai conquistando seu espaço.

Fases do design thinking na educação

A abordagem design thinking possui basicamente quatro fases, são elas: imersão, análise e síntese, ideação e prototipação. Cada etapa tem sua importância e deve ser trabalhada com ferramentas específicas que ajudarão o sucesso de todo processo.

1.Imersão – Neste momento é hora de trilhar dois caminhos, a preliminar e a em profundidade. A imersão preliminar é aquela que permite ter um entendimento superficial acerca da situação.

Já a imersão em profundidade é a que irá tornar a percepção mais intensa. O objetivo é entender o que as pessoas falam, agem, pensam e como se sentem. É a hora de mapear as necessidades mais urgentes. Aqui também pode-se usar o mapa de empatia, tornando possível aprofundar as motivações observando as emoções, pontos de vista, reações e ações de um novo ângulo.

2. Análise e síntese – Após conseguir os dados na imersão é hora da análise para buscar ideias criativas e identificar caminhos alternativos viáveis para compreender o problema colocado. Uma das técnicas é a criação de personas, que trabalha com o princípio de um modelo ideal de cliente. Assim como no mapa de empatia e na jornada de usuário existe a oportunidade de entender como o público caminha até conhecer o serviço. Para o design thinking na educação é hora de especificar a origem do problema em questão e definir qual será a oportunidade a ser trabalhada. Essa etapa trabalha processos reflexivos e criativos e consequentemente, melhora a compreensão de como um desafio pode ser direcionado para criar soluções.

3. Ideação – Uma vez que o problema que norteia o grupo já foi encontrado, a fase de ideação tem o objetivo de gerar ideias inovadoras para solucionar a dificuldade. Para encontrar essa solução é preciso trabalhar em cima dos dados coletados anteriormente nas etapas 1 e 2. É essencial criar um ambiente seguro, não julgar ou analisar as ideias do grupo, elas precisam fluir, nessa fase é preciso colocar no papel de forma mais específica possível.

4.Prototipação – A fase da prototipação é a final e ajuda a validar todas as ideias que surgiram nas etapas anteriores, é hora de visualizar a solução pensada. Escolher a forma mais adequada para colocar a solução em prática. Após a apresentação da prototipação dos alunos é interessante fazer um debate de como foi esse processo 

Benefícios da abordagem

Como esta forma de resolver problemas foca na coletividade e na percepção das pessoas sobre um determinado problema ou assunto, nada melhor do que usar o design thinking na educação para tornar o ensino mais atrativo.

Além disso, o design thinking é uma abordagem que foca no ser humano, conectando as necessidades dos estudantes, sendo transformador para eles e para os professores. Sem contar o aprimoramento da comunidade escolar, o constante trabalho na cultura da inovação, e a possibilidade de novas vivências e reflexão.

Por todos esses motivos usar essa ferramenta tem bastante potencial como aliada na área da educação. Comente suas percepções sobre o tema e experiências caso já tenha usado em sala de aula. Conheça também a aprendizagem baseada em projetos.