Falta de mão de obra qualificada na área de tecnologia: saiba como este problema pode ser uma oportunidade para alavancar sua carreira

Pauta constante seja nos textos que você lê por aqui, nos jornais, ou mesmo no bate-papo informal com os amigos, a tecnologia vem tomando conta de quase tudo que vivemos e as oportunidades para trabalhar nesta área estão em curva ascendente.

Na contramão do crescimento do setor da tecnologia outro dado que impacta: no Brasil já temos 13,9 milhões de brasileiros desempregados de acordo com IBGE, a taxa média já é a maior em nove anos. E enquanto isso, nunca houve tantas vagas sem serem preenchidas na área de TI.

A plataforma de empregos Indeed compilou dados que apontam que, as vagas mais complicadas de serem preenchidas no Brasil, dentro das oportunidades abertas, são na área de tecnologia, entre as 15 vagas mais difíceis de preencher, 11 são de TI. Os números não negam, a falta de mão de obra qualificada tem se mostrado uma pedra no sapato para muitas empresas e investidores, mas pode ser uma grande oportunidade para você se jogar nos estudos e ser o profissional capacitado que o setor tanto busca.

A área de tecnologia alerta para um possível apagão de profissionais que estejam aptos a atuar no setor e ocupar os postos abertos. E por isso é tão importante se capacitar para atuar com tecnologia. De acordo com relatório divulgado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a área de TI demandará até o ano de 2024 cerca de 420 mil profissionais.

Profissionais de TI englobam diversas carreiras como: desenvolvedores de software, engenheiro de redes, software e telecomunicações, cientistas de dados, segurança da informação, privacidade de dados, entre outros.

Ainda de acordo com dados divulgados no relatório da Brasscom, anualmente o Brasil capacita 46 mil pessoas com perfil para atuação em TI e a projeção da Associação é de que seria necessários cerca de 70 mil profissionais ao ano para que as vagas em aberto fossem ocupadas, uma diferença relativamente grande.

Esta transformação digital e consequentemente aumento da demanda por profissionais atuantes nesta área vem crescendo gradativamente já algum tempo, mas sem dúvidas o processo da pandemia fez com que as vagas neste setor fossem aceleradas e ganhassem mais espaço.

A demanda que tem tido dificuldade de fechar a conta é global. Com a pandemia, além das empresas que já se programavam para isso, outras tantas, precisaram se digitalizar, criarem novos produtos, investir em vendas online e outras frentes que demandam tecnologia, para se manterem competitivas no mercado e tudo isso fez surgir novas necessidades de profissionais de TI.

Só na grande São Paulo o aumento do déficit na busca por profissionais foi de 600% na plataforma de empregos Catho. Abaixo o gráfico que ilustra o salto na oferta de vagas entre 2019 e 2020.

Outro grande desafio na contratação de profissionais de tecnologia, é a constante mudança das linguagens de programação, em ritmo acelerado, e isso demanda de o profissional também estar em constante capacitação e adaptando ao que é tendência.

No ano passado, por exemplo, segundo o LinkedIn, os profissionais de tecnologia com mais destaque tinham que ter o domínio de Git, Unity, JavaScript, React.js, Scrum, para este ano e os próximos serão somadas provavelmente outras linguagens e novas surgirão.

Estes cargos não preenchidos significam para empresas um grande impasse, já que a escassez de mão de obra qualificada na área de tecnologia, acaba por causar uma paralisação ou desaceleramento no desenvolvimento das estratégias traçadas pelas empresas.

Consequentemente essa paralisia, também se dá pelo alto custo em ter profissionais qualificados em TI, como são poucos, seus passes são cada vez mais valorizados. E este é outro ponto de atenção para você que deseja investir nos estudos em TI, salários do setor são altos, bons profissionais são valorizados.

Segundo a consultoria em recursos humanos Revelo, salários de profissionais de tecnologia, dispararam cerca de 30% no ano de 2020.

A solução para falta de mão de obra qualificada na área de tecnologia

Algumas ações podem ajudar a reduzir esse gap de falta de mão de obra x vagas disponíveis na área de TI. Entre elas, o entendimento por parte das empresas do seu papel social e de treinar talentos que atuam nesta área. A questão de puxar a responsabilidade para si e resolver um problema, como já conversamos no texto anterior sobre universidade corporativa.

Além do papel das empresas, políticas públicas voltadas para educação em tecnologia ajudarão a diminuir esse desequilíbrio a curto prazo. A oferta de mais cursos para formação desses profissionais, a educação, como sempre é falado aqui, é o caminho para abrandar essa crise.

E você que está lendo esse texto ou saiba de alguém que queira começar ou mesmo mudar o rumo da sua carreira, investir de forma proativa nos estudos para atender a demanda e se tornar um bom profissional, abaixo segue algumas dicas de como fazer isso.

Como se preparar para ser um profissional de TI que empresas desejam

Assim como qualquer área é preciso esforço e dedicação para se tornar um bom profissional. Na tecnologia o conceito de constante capacitação nunca deve ser deixado de lado, e outros pontos serem observados para garantir um futuro promissor na área.

  • Escolha uma capacitação adequada

Avalie os cursos disponíveis, técnicos, tecnólogos e superior. Tendo o diploma em mãos você pode também aproveitar para eliminar matérias e se aperfeiçoar em outros cursos de TI. Pesquise sobre a área que deseja atuar e adeque a sua capacitação, as vezes, uma pessoa interessada em TI e que tenha muito conteúdo sobre programação por meio de linguagem de manuais técnicos consigam também uma vaga em TI, sem necessariamente um diploma de graduação, portanto, o importante é analisar o cenário e planejar de acordo com seu objetivo.

  • Esteja sempre atualizado sobre as tendências

Como foi falado anteriormente o universo da tecnologia está em constante movimento e você deve caminhar junto as essas mudanças, aprenda novas linguagens de programação, pesquise sobre o que há de novo, e busque aprender antes mesmo que essa seja uma realidade da empresa que você está ou na que almeja estar.

  • Invista na fluência do inglês

A língua é importante para o mercado como um todo, mas em TI mais ainda, pois diversos materiais de estudo e documentos estão em inglês, portanto, investir em melhorar fluência caso já tenha algum conhecimento ou começar, é essencial para um futuro nesta área.

  • Networking em dia

Participe de eventos do setor, conheça pessoas, esteja inteirado de tudo que acontece e conheça profissionais da área nesses eventos, isso irá garantir possíveis portas abertas para você.

Investindo nos seus estudos você como profissional que almeja atuar no setor, empresas e políticas públicas, todos agindo de forma proativa, será o caminho para minimizar este problema de falta de mão de obra qualificada na área de tecnologia e garantir um futuro promissor para o setor se manter em equilíbrio.

Conheça as tendências para tecnologia na educação em 2022

A constante transformação é algo inerente ao mundo que vivemos hoje. Algumas delas foram aceleradas devido ao cenário de pandemia, e sem dúvidas a área da educação foi muito impactada neste sentido. Tecnologias e realidades projetadas para o futuro tiveram que sair do plano das ideias para a prática, e a tendência é que esse aceleramento e mudanças ganhem cada vez mais espaço também na educação.

O importante para adaptar-se a esta realidade é sempre estar de olho no que o mercado vem buscando e trabalhar essas novas frentes de tecnologia na educação como novas oportunidades, que poderão abrir portas para diferentes formas do processo de ensino. Separei algumas tendências que prometem ganhar espaço no setor para você se manter atualizado.

Metaverso

Já falamos dele por aqui, este novo universo virtual onde é possível realizar atividades que fazemos no mundo real deve ganhar seu espaço na educação. Como ele permite a integração do online com off-line, diversas possibilidades para o processo de aprendizagem irão surgir. O metaverso tornará tudo mais dinâmico, e aos alunos pode aumentar o interesse na participação das aulas inclusive.

Crypto art

O nome pode parecer bem diferente, mas se assemelha a algo que já conhecemos, é uma espécie de selo, que não permite que um trabalho seja reproduzido. A crypto art é uma arte digital colecionável, com edição limitada e registrada criptograficamente com com um token NFT. Esta nova ferramenta possibilita que a arte digital tenha sua autenticidade comprovada, como já ocorre com obras de museus, por exemplo.

Realidade aumentada

Você pode não conhecer pelo nome, mas se já usou algum filtro do Instagram, por exemplo, saiba que conheceu a realidade aumentada. Na educação ela vem sendo usada para melhorar os processos de aprendizagem, possibilitando mais interatividade. Quando professor recorre por meio de imagens e vídeos para apresentar aos alunos determinado tema, o caso de uma aula de história, conectá-los com a realidade do que era Roma é uma possibilidade que a RA permite. Aulas que utilizam a realidade aumentada tem muito a acrescentar e para dinamizar o ensino.

Chatbot

O nome que vem do inglês nada mais é que conversar com robô. A tecnologia é um software onde é possível a interação digital, seja por texto ou voz. Em tempos que existe uma crescente no ensino a distância e do sistema híbrido, esta tecnologia na educação é um importante aliada.

O chatbot ajuda professores e alunos no ensino e também serve de apoio para secretaria e gestores. Na modalidade a distância chatbot ajuda a esclarecer dúvidas dos alunos sobre o conteúdo e interação para atividades. É possível encontrar plataformas na internet que oferecem a criação dos “robôs”gratuitamente.

Redes Sociais

Ainda falando sobre comunicação entre alunos, professores e instituição de ensino, uma tendência, apesar da ferramenta não ser tão nova é o uso das redes sociais. Agora elas ajudam não só a divulgação da instituição em si, mas é possível acessar conteúdos indicado pelos professores, interação entre os alunos, e o trabalho de temas específicos. Um jeito diferente e próximo a realidade dos alunos para ensinar.

Programação e Robótica

Essas duas áreas são recorrentes quando o assunto é tecnologia na educação, e para 2022 serão tendência novamente, pois seu espaço está cada vez mais fortalecido. A programação auxilia no raciocínio lógico e amplia o olhar do aluno na busca por soluções.

Já a robótica conecta dois mundos e faz tudo se tornar mais real e próximo do aluno. Ambas despertam interesse nos alunos em disciplinas que envolvem áreas de exatas, fugindo do modelo tradicional de ensino. Podemos comparar a linguagem de programação como outra qualquer, assim como inglês, espanhol, ela é igualmente importante, afinal é através dela que o mundo está direcionado. Desenvolver esta habilidade torna os alunos de hoje profissionais competitivos no futuro. 

Além dessas tendências para tecnologia na educação, algumas outras tendências para o ensino este ano são: microcertificações, personalização do ensino, novas abordagens híbridas.

As microcertificações reforçam a necessidade e uma demanda do cenário que estamos de constante mudanças. Com elas é possível trabalhar várias competências e ajudam a destacar no mercado de trabalho e garantir a empregabilidade.

Já a personalização do ensino vem se consolidando como algo essencial e deve ganhar ainda mais fôlego neste ano. Com as aulas a distância do auge da pandemia, e a rotina totalmente diferente adotada de forma abrupta, agora na retomada do modelo presencial sentiremos o impacto disso no ensino, onde muitos alunos se adaptaram e outros nem tanto, reforçando ainda mais que o processo de aprendizagem precisa ser algo personalizado e que soluções generalistas tendem a não se encaixar mais. Valorizar a jornada individual do estudante é algo que deve ser olhado com mais zelo em 2022.

E claro não podia deixar de fora para completar essa lista, novos modelos e formas de pensar no ensino híbrido, que se consolidou na pandemia e tende a ganhar cada vez mais espaço. A tendência desta vez, porém, não é o modelo em si, mas a organização dele, a estruturação de acordo com as necessidades dessa abordagem. Além dessas tendências que abordamos na conversa de hoje, quais outras você considera que ganharão espaço na área da tecnologia na educação?

Como aumentar a segurança das crianças nas internet?

O uso da tecnologia em praticamente tudo em nossas vidas é algo inegável, ela veio para ficar e dificilmente viveremos em um mundo sem ela. Acontece que o que para nós, um pouco mais velhos, que nascemos antes mesmo do surgimento deste universo online, causa ar de novidade, é algo comum aos olhos dos pequenos. Eles nasceram no mundo online e suas interações e relações se dão por meio da internet, e consequentemente, a noção do perigo algumas vezes passa desapercebida.

Dados da empresa AVG Technologies apontam que 97% das crianças entre 6 e 9 anos usam a internet no mundo. Já no Brasil de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, temos 24,3 milhões de crianças e adolescentes usando internet, o equivalente a 86% das pessoas entre 9 e 17 anos.

Este número expressivo traz inúmeros efeitos positivos em relação ao uso de tecnologia, como inclusão, uso na educação como já debatemos muito por aqui, embora acenda uma luz de cautela quanto aos cuidados dessa exposição e a busca em como aumentar a segurança das crianças na internet, e esse será o nosso bate-papo de hoje.

Como foi falado anteriormente é preciso entender que a realidade da relação de uma criança com a internet é muito diferente da de um adulto que não nasceu com ela, mas precisou se adaptar. As crianças e adolescentes precisam ser conscientizados de que este é sim um ambiente super bacana, mas que necessita de cuidados.

Muito provavelmente você já ouviu de algum adulto quando você era criança sobre o cuidado de falar com estranhos na rua, na pracinha, o mesmo acontece com as crianças de hoje, é preciso falar deste perigo, mas o cenário mudou e muito desses cuidados acontecem no universo online.

O diálogo precisa existir para que seja possível dar a devida orientação que permita garantir a segurança das crianças na internet. É importante salientar a necessidade de um acompanhamento de um adulto nesta vida digital, da mesma forma que nos preocupamos com sua alimentação, saúde, vida escolar esta é uma área que precisa e muito de atenção.

Existem muitos filtros e softwares que você encontra para garantir ou pelo menos ajudar nesta segurança, mas sem dúvidas o contato e a conversa continuam sendo a maneira mais eficaz de garantir um ambiente seguro digital. Vamos a algumas dicas importantes tanto para as crianças, quanto para você adulto que também faz uso da internet, e por vezes acaba expondo a criança e criando riscos desnecessários.

1.    Evite publicar informações pessoais e detalhes da rotina. Parece óbvio, mas é muito importante nos atentar a isso, não passe nome completo, endereço, número de telefone. E apesar de parecer que não fazemos isso, infelizmente é mais comum do que se pode imaginar. Com uma simples foto em uma rede social, colocando “meu lar” e ligando a localização, por exemplo, já deixamos pública uma informação tão valiosa que pode ser usada contra você. Tome este cuidado e oriente as crianças e adolescentes a fazerem o mesmo.

2.    A internet guarda tudo para sempre. Quando publicamos qualquer informação, vídeos e fotos de famílias e amigos, por exemplo, todo este conteúdo ficará para sempre ali. Cuidado ao compartilhar e com quem e como você faz isso. É normal querermos dividir momentos importantes com parentes e amigos, mas com crianças principalmente, crie grupos restritos, configure o modo de segurança das redes sociais no privado. O mesmo vale para configurações de privacidade de cada site que você visita, opte sempre por opções mais restritivas.

3.    Senhas em segredo. Todas as senhas criadas para os adultos e crianças acessarem os aplicativos, dispositivos e sites devem ser mantidas em sigilo, nunca forneça senhas. No caso dos pequenos, somente os pais ou responsáveis devem sabe-las.

4.    Nem todo mundo é quem diz ser. Essa é uma dica muito valiosa a ser passado para as crianças e adolescentes na conscientização dos cuidados com a segurança na internet, eles precisam entender que neste ambiente muitos podem se passar por outra pessoa, que é preciso cuidado ao fazer amizades online, e que nunca poderão combinar de encontrar alguém que não conheça, e caso o faça com a supervisão de um adulto, este encontro precisa acontecer em lugar público e acompanhado de um responsável.

5.    Opte pela versão infantil das plataformas. As gigantes da internet oferecem essa opção, é o caso da YouTube Kids, o Google também tem esta opção, e ainda é possível usar o filtro de pesquisa SafeSearch, que minimizam as chances de os pequenos entrarem em contato com conteúdo adulto, mas elas são passíveis de falha, portanto, vale a dica anterior de sempre dialogar com as crianças e adolescentes.

Falando em gigantes da internet, a empresa Google, preocupada com a segurança das crianças na internet, criou uma plataforma chamada Seja Incrível na Internet para pais, responsáveis e educadores, com objetivo de contribuir em uma experiência mais segura e confiante e segura no universo online.

No site você pode encontrar uma série de materiais e ferramentas desenvolvidas em parceria com especialistas globais no assunto de segurança digital, Safernet, ConnectSafely e Family Online Safine Safety Institute.

Este programa educativo foi dividido em cinco trilhas: Não caia em armadilhas, proteja seus segredos, é legal ser gentil, na dúvida fale com alguém e compartilhe com cuidado. Com esses pilares, o objetivo é incentivar os pequenos a terem cuidado com o que consomem e compartilham na internet.

Além disso, a Google também conta com a ferramenta gratuita Family Link que permite que pais e responsáveis tenham controle sobre os aplicativos e conteúdos acessíveis para as crianças. Inclusive, é possível determinar por quanto tempo, a localização do dispositivo da criança em tempo real e até mesmo o bloqueio do aparelho, sem dúvidas de importante ajuda para a manutenção da segurança online.

O essencial é que tanto adulto, quanto as crianças e adolescentes, entendam que a internet e tecnologias não são os vilões, mas que assim como outras práticas que temos, precisam de cuidados para que se possa sempre extrair o melhor destas importantes ferramentas. Algumas das dicas faladas, que até são simples de implementar, podem auxiliar e muito a segurança das crianças na internet. Você já faz alguma delas? Quais outras considera importante para manter o ambiente confiável? Compartilhe nos comentários. 

6 exemplos práticos de aplicação da tecnologia na educação

Constantemente compartilho por aqui exemplos que demonstram que a parceria entre tecnologia e educação é sinônimo de sucesso. Muitas são as formas de usar essa importante aliada na sala de aula para tornar o processo de aprendizagem mais atrativo, inclusivo e dinâmico. As possibilidades são as mais diversas e adaptar a este novo mundo é essencial para continuar a evolução da educação.

Hoje vou apresentar alguns exemplos da tecnologia na educação, para você que está lendo entender que todas as ideias e conceitos apresentados aqui são reais e vem dando certo no Brasil e no mundo.

Começo com um exemplo do nosso vizinho Uruguai, o chamado Plano Ceibal foi lançado no ano de 2007 e é um sucesso por lá.  O projeto possibilitou a inclusão digital por meio da distribuição de um computador portátil para cada aluno e cada professor de todas as escolas públicas do país. Essa iniciativa permitiu o acesso as novas ferramentas de aprendizagem para famílias mais pobres.  Além da distribuição dos computadores, simultaneamente foram instaladas internet e rede Wi-fi em todas as escolas públicas.

A iniciativa do Plano Ceibal fez com que, inclusive agora no cenário da pandemia, os alunos se beneficiassem em comparação a outros países, uma vez que foi possível a eles acompanhar as atividades online, já que o projeto garante para todos que ingressam no sistema educativo do país não só o acesso ao computador, mas também a internet.

Este projeto é um exemplo de que tudo precisa começar do começo. Para que seja possível o acesso de professores e alunos a tecnologia, a infraestrutura básica precisa ser garantida. Este é um pensamento que tem que mudar tanto da parte da gestão da escola, quanto a gestão pública, ambas precisam caminhar juntas para dar certo. E sem dúvidas este é um grande exemplo e inspiração de que a tecnologia na educação faz a diferença.

Caso você queira conhecer mais o Plano Ceibal, no site oficial do projeto você encontra todas as informações atualizadas da iniciativa.

Ainda falando em infraestrutura, temos um exemplo super bacana aqui no Brasil, mais precisamente na Amazônia com o projeto Amazônia Conectada. A iniciativa que foi lançada no ano de 2015 é coordenada pelo Ministério da Defesa em parceria com os ministérios das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação e consiste na implantação da infraestrutura passando quilômetros de fibra óptica por dentro dos rios do Amazonas para levar internet de alta velocidade aos municípios e comunidades ribeirinhas.

O projeto já teve investimento de R$70 milhões e segundo dados do governo já soma 1,2 mil quilômetros de redes ópticas subfluviais instaladas nos leitos dos rios, a meta é chegar em 3 mil quilômetros de rede.

A iniciativa permite que a tecnologia na educação se torne realidade para muitos, uma vez que possibilita aos alunos das comunidades ribeirinhas aprender por meio de videoconferência e usar outras plataformas pedagógicas no processo de aprendizagem. A realidade também impacta a vida dos professores, pois eles poderão desta forma, ter acesso com facilidade a mais informações em tempo real para suas aulas, além de poder ajudar a comunidade local. 

Em relação ao uso de ferramentas e estratégias em si é possível encontrar histórias inspiradora também, como é o caso da Escola Estadual Orígenes Lessa, e em uma área que todo aluno infelizmente torce o nariz: a recuperação.  A escola localizada em Diadema resolveu fazer diferente e agora os alunos aprendem brincando, isso mesmo, atrelar diversão e educação tem tudo a ver.

Os alunos aprendem por meio de jogos, vídeos e simuladores e outros recursos tecnológicos. No ano de 2014 a escola passou a usar a plataforma Currículo +, uma versão da Escola Digital personalizada para Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, usada para aulas de reforço de português e matemática.

A plataforma que tem como objetivo incentivar o uso da tecnologia na educação, já alcançou o número de 1187 objetos digitais de aprendizagem, e tornou o momento da recuperação algo atrativo aos alunos, que hoje disputam os laboratórios para as aulas. Para saber mais sobre a inciativa que beneficiou a escola de Diadema, acesse o site oficial Currículo +.

Outra escola que também inovou foi a Escola Estadual Professor José Vilagelin Neto em Campinas, aplicando a metodologia da sala de aula invertida. Lá uma vez por semana, durante o período de duas horas, os alunos não têm a conhecida aula expositiva e sim, uma aula dinâmica de matemática por meio da plataforma QMágico onde eles podem resolver exercícios e tirarem dúvidas com o professor.

São 14 turmas que se beneficiam desta nova forma de enxergar o processo de aprendizagem, 7 do fundamental e 7 do ensino médio. O uso da plataforma além de mais atrativo e dinâmico, permite o acompanhamento em tempo real do desenvolvimento de cada aluno.

Já uma escola nos Estados Unidos aposta em investir na gamificação para colher bons frutos no processo de aprendizagem. Esta forma de usar a tecnologia na educação estimula curiosidade e pensamento criativo.

A Playmaker School investe na experimentação por meio dos jogos e tecnologia. Durante as aulas são feitas atividades em simuladores, discussões e projetos. Os alunos recebem um mapa da aventura, que na verdade é um indicador do seu progresso durante o ano. Assim eles não só jogam, como fazem descobertas e constroem conhecimento.

Outra metodologia que ganha cada vez mais espaço na educação é aprendizagem maker e desta metodologia trago mais dois exemplos muito interessantes da sua aplicação, nas escolas Visconde de Porto Seguro em São Paulo e Centro de Tecnologia Senai no Rio de Janeiro.

O conceito que foca na experimentação deu certo no Colégio Visconde de Porto Seguro em um laboratório de fabricação digital. Os alunos do ensino fundamental 2 são apresentados a ferramentas de prototipagem rápida e assim constroem nova empresas, desenvolvem projetos e ao final participam de uma apresentação para especialistas de mercado. Já no Senai FabLab, os alunos das turmas de ensino técnico conseguem ver prática e teoria caminhando juntas na criação de soluções para indústrias.

Todos esses exemplos apresentados tem um ponto em comum: a vontade de fazer a diferença no ensino, e mais, o entendimento de que a tecnologia na educação é um meio efetivo de alcançar bons resultados, formar pessoas preparadas para os desafios da vida atual e claro, atender as necessidades de um mercado que busca este novo perfil.

Traçar este novo caminho é um desafio, que precisa contar com todos, aluno, professor, escola, iniciativas públicas e privadas, assim como as que conhecemos nas histórias apresentadas. Elas mostram como é possível chegar lá agindo juntos. Espero que você que esteja lendo este texto e é um agente transformador da educação se inspire a levar a tecnologia para dentro da sala de aula das mais diferentes formas, cada semente é um sucesso no futuro.

Neuroeducação: uma nova abordagem para aprendizagem

Vivemos em um mundo diverso, olhar cada pessoa como única e traçar caminhos para respeitar suas individualidades e potencializar suas habilidades é uma realidade necessária. Ainda que por vezes seja esquecido, viver em comunidade é pensar que todos somos responsáveis uns pelos outros, e essa evolução acontece através da educação.

A neuroeducação apesar de parecer novidade, pois está sendo amplamente debatida agora, não é uma nova área do conhecimento. Na verdade, ela é a junção de conhecimentos da psicologia, que trabalha em pesquisas da área comportamental e cognitiva, a educação por meio da pedagogia que foca no processo de aprendizagem em si, e a neurociência que concentra seus estudos no funcionamento do sistema nervoso central.

Esse olhar único para o processo de aprendizagem tem trazido bons resultados, vamos bater um papo sobre essa área no texto de hoje.

Como já foi dito não se trata de uma área nova de conhecimento, mas sem dúvidas um jeito de olhar e abordar de forma diferenciada o processo de aprendizagem. Temos bastante enraizado que aprender é simplesmente adquirir novos conhecimentos, mas a neuroeducação vai além, aprender também significa mudar comportamentos.

Isso porque, a neuroeducação trabalha justamente a mudança na maneira de lidar com os estímulos externos. Cada indivíduo é único, logo, cada um terá um tempo, ritmo e se interessará de forma diversa por um determinado conteúdo.

Em vários outros textos que conversei por aqui, falamos de como a forma de educação que conhecemos está ultrapassada e necessita evoluir. A neuroeducação vai em direção esta linha. Ela estabelece que por meio de um método engessado é quase impossível alcançar bons resultados com uma sala de aula inteira.

Esses resultados não são alcançados simplesmente por alunos dispersos, por exemplo, nem porque um tem uma capacidade intelectual maior que o outro, ou até mesmo associar a falta de dedicação aos estudos, mas porque cada ser humano tem suas funções neurais trabalhando de forma diferente.

Aprender é algo inerente ao ser humano e, a ao longo da vida vamos desenvolvendo isso. Para aprender contamos com a soma desses três fatores: funções neurais, aptidões cognitivas e processos comportamentais.

A neuroeducação objetiva potencializar essas capacidades nos alunos observando suas particularidades em relação às influências do sistema neural.

Segundo entrevista dada ao portal Educação, a referência em desenvolvimento socioemocional e neuroeducação Adriana Fóz, entender o cérebro no concernente a aprendizagem é muito importante.

“Como eu vou usar um celular se eu não sei para que servem as teclas? Não preciso entender como é a fiação do celular, o processo digital. Mas precisamos saber como manusear, porque senão vou ficar com celular na mão e ele vai virar enfeite”.

Todas as descobertas da neuroeducação auxiliam e podem influenciar diretamente como as aulas são pensadas e o conhecimento será transmitido. É possível traçar os diferentes perfis e trabalhar dentro das potencialidades e limitações de cada aluno.

Benefícios da neuroeducação

  • Identificar os diferentes perfis cognitivos dos alunos e poder trabalhar a estratégia educacional em cima desses pontos.
  • Entender as individualidades de cada um e tornar o processo da educação mais humanizado.
  • Auxiliar a identificar condições que podem afetar o processo de aprendizagem como transtorno de atenção com hiperatividade, ansiedade e outros e trabalhá-las na inclusão.
  • Incentiva o desenvolvimento do aluno como figura central na educação.

Poder entender as conexões que nosso cérebro faz, esse órgão que está em constante mudança conforme adquire conhecimento, é um aliado importantíssimo para educação. Trabalhar em sala de aula entendendo as características de cada um, abre uma janela enorme de possibilidades e permite que assim, o aluno consiga cada dia mais ter autonomia, interesse em aprender. A neuroeducação é uma aliada valiosa para o sistema de ensino e não podemos deixar de dar luz a essa área do conhecimento!